sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Mondo de Saikawa Roshi

Mondo é um combate do Dharma em que alunos contestam o mestre com perguntas inesperadas, em público. Aqui uma resposta típica dada por Saikawa Roshi.
"Meu pai é o Universo e minha mãe o Tempo"

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

domingo, 23 de dezembro de 2007

Testemunho sobre os 7 dias de Rohatsu

A importância de um sesshin



Perguntar-se sobre a importância de um sesshin, para aqueles que o fazem, fizeram ou farão, é uma das questões que soa desnecessária, até mesmo retórica. Um sesshin é importante; por que, de outra forma, as pessoas deslocariam-se de longe para passar dias e dias sentados no zafu? Eu, contudo, peguei-me fazendo esta pergunta, inspirado pela lembrança das minhas dores, dramas e desistências.

Há várias coisas das quais sentimos a diferença somente depois que elas acabam. Engana-se quem acha que, findo um evento, findas as suas repercussões. Durante um sesshin podemos sentir e vivenciar várias coisas, todos nós o sabemos. É somente, porém, quando voltamos para casa, quando voltamos para a nossa rotina, que vemos coisas novas desenrolarem-se – algo que talvez estava lá antes mesmo da viagem.

Uma das importâncias óbvias de um sesshin é o simples fato de que os praticantes reunidos ajudam a manter a prática uns dos outros. Podemos passar a admirar a coragem de Sidarta em sentar-se em zazen sozinho, sem professor, preceptor ou colegas, depois que vemos o quão fracos somos se não praticamos com outros. Não precisamos evocar forças ou energias: a simples pressão social de não abandonar uma sessão de zazen faz maravilhas – eu teria escapado muito, muito antes do terceiro dia.

Importante, também, praticar, neste caso, do lado de um roshi , e de pessoas que praticam o zazen por anos e décadas.

Importante ter a oportunidade – devido a um tempo planejado de prática intensiva – de aprofundar-se no zazen, de poder descobrir estados ainda não conhecidos, de poder ir um pouco mais longe que a prática cotidiana nos permite.

Tudo isto, enfim, importante. Valioso.

Mas há outra coisa importante que desejo deixar para falar aqui: importante é fazer um sesshin, com todas as suas importâncias – e desimportâncias – para ter esta experiência e voltar para as nossas vidas.

Como dizia antes, há coisas das quais o peso delas cai depois: seja fazer sentido depois, seja cair a ficha depois, seja simplesmente revestir-se de outras vivências, depois. Para ser sincero, não tinha muita certeza de porque eu fazia o tal sesshin – ah, por causa do rakussu, uma península de orgulho (o lado bom do orgulho, nos faz fazer coisas que não faríamos com pretensa humildade), para não decepcionar a mim mesmo e aos outros, por uma sede de saber, por um desejo inominável, para pura e simplesmente praticar. Ah, miríades de razões. Mas não tinha certeza e, acima de tudo, nos momentos mais desesperados, para a pergunta "por que você não vai embora?", eu só sabia dizer, depois de um certo tempo: "eu não sei". Prometia a mim mesmo que iria até o final do dia e então, somente de noite, iria ver se ia embora ou não. Cada dia acabava em si mesmo: cada dia um novo dia, nova prática. Cada novo momento. Apesar das várias coisas, apesar das dores e delícias, apesar do rakussu para terminar, apesar dos transeuntes noturnos de São Paulo, apesar do delicioso nabo amarelo, íamos somente indo, fazendo zazen na hora do zazen. Apesar dos diversos pensamentos e distrações.

É agora que, então, olhando para lá, para a semana passada, me pergunto: como foi possível? E não é que aconteceu? Aconteceu. Ao mesmo tempo que pode parecer um sonho, ter um toque de irreal, tem a realidade das coisas não-sonhadas.

O valioso de um sesshin é ter a experiência da prática viva, presente, como um marco. Esta prática constante, este breve período em que nos permitimos e permitimos aos outros que praticassem com mais afinco, ecoará dias e semanas e meses depois, nos lembrando da nossa prática. Mesmo que sentemos muito pouco, mesmo que esqueçamos temporariamente do zazen, mesmo que o ritmo de nossas vidas exija outras prioridades, a experiência está "lá", podemos (tentar) voltar a qualquer momento e nos servir dela.

Qual experiência?

Dogen usava uma expressão interessante para referir-se à prática: prática-esclarecimento, ou prática-iluminação. A prática é iluminação, iluminação é prática; uma não difere da outra. Dizer, porém, que elas são "uma mesma coisa", só que "duas faces de uma mesma moeda" é perder a experiência com palavras: mesmo dizer do Um é perdê-lo irremediavelmente como Um. As palavras vêm, necessariamente, depois, e têm o seu gosto peculiar, muitas vezes saboroso; mas a prática, porém, está além das palavras, não no sentido que as negue.

Zazen é negar nada e afirmar nada. Se tivesse eu feito um esforço para "livrar-me" de todos os impedimentos, de todas as distrações, de todos os "venenos" durante o sesshin, isto não seria zazen: isto seria eu fazendo esforço para livrar-me de impedimentos, distrações e "venenos". Na maior parte do tempo, era isto que fazia: lutando com a dor ou tentando agüenta-la, pensando em desistir e depois arrependendo-me de pensar em desistir. Mas, embora isto não seja o zazen, isto é zazen: eis a nossa vida, eis a nossa prática. Nada de especial, de excepcional, no sentido de que antes mesmo que pudéssemos falar enquanto praticamos ela está lá. É simples, não é? Todos nós o sabemos. Simples mesmo em sua tremenda dificuldade.

"Nadem quanto queiram, os peixes não encontram um fim no mar; voem quanto queiram, os pássaros não encontram um fim no céu." Dogen Zenji.

Afinal, quando falamos de prática, sobre quem estamos falando?

Agora mesmo eu falo de importante e não-importante, de valioso, de prática e iluminação e vida, como se fossem coisas ou separadas ou excepcionais. É uma maneira de falar, uma maneira de passar algo – que eu espero que agrade a uns e sirva a todos.

(Lucas Brandão, após os sete dias de retiro em zazen no Templo Busshinji em SP)

sábado, 22 de dezembro de 2007

Meditação é um estado alterado de consciência?

Não chamaria meditação de estado alterado de consciência, o estado normal é que é alterado, perturbado pela mente conceitual e pensamentos, lembranças, preconceitos, expectativas etc...a atenção correta não gera auto conhecimento mas plenitude, clareza, não é propriamente observar a si mesmo, senão quem estaria observando?

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Fechamento de círculo em P. Alegre - 2007

(Em 1974 convidei Suzuki Sensei, por apresentação do Prof. Chaves, a vir do Japão a POA ensinar Karatê Wadô, era conselheiro da Wadô brasileira o então Monge Tokuda, nesta academia "Kidokan" a prática do zen tornou-se regular) Genshô.

Prezado Gensho-san,

É com humildade que compartilho contigo a emoção que eu e todos da Sanga sentimos quando o Celso nos contou a conexão entre o fundador de nosso novo espaço (Academia Dojinmon, fundada pelo mestre Muto Takeo Suzuki) e o começo do Zen em Porto Alegre. Parece que um círculo está se fechando e talvez um novo ciclo começando.

Sentimos acolhidos e abençoados por uma energia muito forte neste primeiro fim de semana lá. Veja as fotos:
http://aguasdacompaixao.wordpress.com/sobre-a-sanga/
http://aguasdacompaixao.wordpress.com/atividades/pratica-do-cerimonial/

Gassho,
Isshin

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Saikawa Roshi

Saikawa Roshi, Superior Geral do zen Soto para a América Latina participa da cerimônia de Ascenção à Montanha da abadessa Coen Sensei no templo desta em São Paulo.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Workshop de Paisagem Bonsai (Penjing)

Em Janeiro - Workshop de Paisagem Bonsai (Penjing)

Prezados Amigos,

A Rede de Proteção à Vida apresentará em Janeiro um workshop de
criação e cultivo de uma obra de arte Bonsai (árvores plantadas em
vasos), na modalidade chamada Penjing (Paisagem Bonsai).

Os interessados irão aprender em dois dias (um fim de semana) a
criar, cultivar e manter um trabalho de arte viva, desenvolvendo uma
bela paisagem em miniatura.

A técnica utilizada foi desenvolvida pelo artista e professor Claudio
Miklos, baseada nos conceitos de cultivo Pen T'sai (Bonsai) chineses.
É uma técnica menos invasiva e radical de poda e cultivo, com grande
enfoque na beleza estética das plantas e árvores utilizadas, e
associando conceitos meditativos zen buddhistas.

Venha participar de um fim de semana na bela sede Niterói da rede de
proteção à vida, e vivenciar dois dias de arte e contemplação da
beleza e paz através da criação de uma paisagem em miniatura.

OS INTERESSADOS DEVEM ENVIAR UM E-MAIL PARA:
CONTATO@REDEDEPROTECAOAVIDA.COM

OU VISITAR O SITE - www.rededeprotecaoa

vida.com e preencher a ficha
de contato.

Orientação: Claudio Miklos - Artista Plástico, Biólogo, Coordenador
de cursos de Arte e Paisagismo Zen Buddhista (Bonsai, Penjing,
Suiseki, Jardim Zen, Origami).

Duração: Dois dias inteiros em JANEIRO de 2008 (um fim de semana);

Local: Rede de Proteção à Vida - Sede Niterói - Piratininga - Rua Ary
Guanabara, Condomínio Boa Esperança, rua 6 casa 12.

Objetivo: Dar orientação técnica e prática para a criação, cultivo,
estética e manutenção de árvores Bonsai, na modalidade chamada
Penjing (paisagem Bonsai);

Investimento: R$ 190,00 (muda, terra e apostila básica incluídos);

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Religiões pessoais

A posição budista é: é necessário que haja muitas religiões porque as pessoas são diferentes. O problema é a falta de crítica. É bom que haja uma unidade filosófica para a gente ir melhor, hoje está acontecendo muito isto, uma pessoa pega um pedacinho de uma crença, de outra, de outra, e faz a sua religião pessoal... só que esta religião pessoal não tem coerência filosófica, você vai discutir ela não tem coerência, é contraditória Quando você pega uma religião bem estabelecida ela tem uma certa coerência e esta certa coerência ajuda, e é necessário para o cristianismo, para o budismo, o desenvolvimento de bons professores, bons mestres, rituais, coisas que são necessárias para aquele tipo de pessoa, quando você está sozinho você não faz isso, por isso é muito necessário ter grupo. Aqueles que são praticantes budistas aqui sabem perfeitamente a diferença que é praticar sozinho em casa, é completamente diferente e isso é válido em todas as religiões. Se em algum momento parecer que um budista está combatendo outras religiões não é uma posição budista. Mas religiões pessoais, sem coerência interna, devem ter expostas suas fragilidades para o bem de suas vítimas.


( Trecho de palestra no departamento de filosofia da UFSC, digitada, revisada e decupada por Jane Denkô)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Concentração Correta (Samma Samadhi)

Concentração Correta (Samma Samadhi)


" A palavra sânscrita para concentração correta é samadhi. As noções de impermanência e não-eu são úteis, mas não são suficientes para libertá-lo, para dar a você uma visão correta. Assim a concentração é necessária. Samadhi prajna é a visão correta, o insight que está na base de todo pensamento correto, fala correta e ação correta. Mas para cultivar o prajna temos de praticar a concentração. Temos de viver em concentração para tocar profundamente as coisas em todos os momentos. Nós viveremos profundamente quando pudermos ver a natureza da impermanência, do não-eu e do interser na flor, e podemos fazer isso graças à prática da concentração. Sem samadhi, não há prajna, não há insight. A concentração é a porta que se abre para a realidade última. Ela nos dá a visão correta."

TNH

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Budismo nos Simpsons

Presentes sob a Árvore Boddhi

No episódio dos Simpson “She of Little Faith”, Lisa entra em crise com sua fé e se converte ao Buddhismo, o Reverendo Lovejoy tenta dissuadi-la dizendo que ela não pode mais celebrar o Natal porque “Papai Noel não deixa presentes embaixo da Árvore Boddhi”.

Então Lisa visita o “Templo Buddhista de Springfield” onde Lenny, Carl e Richard Gere estão meditando e recebe um conselho excelente:

Gere: … Buddistas respeitam a diversidade de religiões, consideram válida toda religião baseada no amor e compaixão.

Lisa: … Como é… ?!

Gere: … É verdade. Então porque você não volta para casa? Estou certo que sua família sente sua falta.

Lisa: … Eu posso mesmo celebrar o Natal?

Gere: … Você pode celebrar qualquer data. E, não esqueça, meu aniversário é 31 de agosto -

Então, se você ainda estava preocupada, relaxe… Você pode comer panetone e peru de Natal e ainda manter-se buddhista :-).

Mas seja rápida pois ambos estão sujeitos a impermanência e pode não sobrar um pedaço para você.

Já as tortas e bolos podem levar à compreensão que não existe uma diferença inerente entre um objeto de apego e um objeto de aversão, só depende de quantas fatias você já comeu…

Adaptado de “Can Buddhists Celebrate Christmas?”


sábado, 8 de dezembro de 2007

Mensagem do Rev. Monge Prof. Dr. Joaquim Monteiro.( Shaku Shoshin )

Reencaminho a mensagem do Rev. Monge Prof. Dr. Joaquim Monteiro.( Shaku Shoshin ) que comenta, apoiado em seus estudos que incluem um doutorado na Universidade de Kumazawa, os textos recentemente postados em listas budistas com críticas as posições de budistas durante a história japonesa.
---------- Forwarded message ----------
From: joaquim monteiro <satyasiddhi@yahoo.com.br>
Date: 29 Nov 2007 23:51
Fiquei ciente hoje de uma série de mensagens que tem sido enviadas a todos e que dizem respeito a uma série de problemas importantes relacionados à história concreta da tradição Soto-shu e aos aspectos normativos do pensamento budista. Não sou membro dessa tradição, mas sendo por um lado um Sacerdote budista de outra tradição e por outro um especialista acadêmico no campo dos estudos budistas sinto-me obrigado a assumir minhas responsabilidades e expressar aqui meu ponto de vista a respeito das questões colocadas.

Introduzindo a questão primeiro sob um prisma bastante geral me parece claro que não existe nenhuma tradição religiosa ou filosófica que não tenha aspectos extremamente problemáticos em sua historicidade concreta. Assim sendo, me parece importante ressaltar que nossa auto-definição como membros de qualquer tradição pressupõe a responsabilidade de tomar consciência dessas contradições e de assumir uma clara responsabilidade a respeito delas. Assumir essas responsabilidades pressupõe a meu ver duas condições: a primeira é que só podemos assumir semelhante responsabilidade a partir do interior de um tradição concreta, a segunda é que para proceder a uma crítica dessa natureza se faz indispensável distinguir claramente os aspectos normativos dessa tradição de sua historicidade concreta.

Falando agora concretamente sob o ponto de vista da tradição budista, os problemas referentes à atuação do Soto-shu durante o período Tokugawa não só são co-extensivos à toda a tradição budista japonesa como também problemas semelhantes são detectáveis em quaisquer outras tradições budistas. A existência desse problemas no Soto-shu não nos autoriza a demonizar essa tradição, mas deve nos convidar a uma reflexão a respeito das causas dessas contradições e dos esforços que tem sido feitos para supera-las.

O texto do Dalai Lama sobre a prática do Budismo no Ocidente coloca algumas questões de importância central no que diz respeito à necessidade de pensar o Budismo a partir de suas bases doutrinárias e normativas. Esse esfôrço não é no entanto uma propriedade exclusiva do Dalai Lama e de sua escola. Se mesmo sendo crítico a respeito da realidade do Budismo japonês permaneci no interior da tradição e resolvi assumir responsabilidade por suas contradições foi devido entre outras coisas aos esforços extremamente honestos e corajosos desenvolvidos pelos budistas japoneses em esclarecer essas questões e em confronta-las sob o ponto de vista normativo do pensamento budista.

Posso colocar aqui como exemplos concretos o esclarecimento das responsabilidades históricas do budismo japonês desenvolvida por Hakugen Ychikawa e o desenvolvimento do "Budismo crítico" pelo Professor Noriaki Hakamaia. Todos esses esforços que exigiram uma alta dose de coragem e lucidez se deram a partir de um ponto de vista interior à tradição e em função de suas bases normativas. Nada disso é possível a meu ver a partir de um ponto de vista externo à tradição e que confunda sua realidade histórica com suas bases normativas. Não tenho a menor dúvida que semelhante postura se aplica à totalidade das tradições budistas sejam elas do Zen, da Terra Pura, do Budismo Tibetano ou qualquer outra.

Me parece extremamente fácil criticar japoneses, tibetanos ou membros de outros povos que viveram muitos séculos ou mesmo muitas décadas atrás. No entanto, o que mais deve nos preocupar é a seguinte questão: estaremos nós dispostos a assumir as contradições de nosso incipiente " Budismo tupiniquim" e a pensa-las e supera-las em função de uma discussão fundada nas bases do próprio Budismo? Estaremos nós dispostos a pensar e atuar a partir de um ponto de vista interior àquela que pretendemos ser nossa tradição? Estaremos nós dispostos a desenvolver nossa auto-crítica com a mesma coragem e honestidade demonstrada por entre outros os Professores a que me referi acima?

Essa me parece a questão que pode decidir se vai nascer uma verdadeira tradição budista em nosso país ou se o ensinamento de Sáqui-Muni vai se restringir a um artigo de consumo ou curtição fácilmente descartável. Precisamos sem dúvida esclarecer e discutir essas questões, mas jamais de forma emocional, desorganizada ou sensacionalista. O que se faz necessário a meu ver é preparar paulatinamente o terreno para uma discussão sistemática, responsável e fundamentada nas bases da própria tradição.
Sem mais-Gasho.
Joaquim Monteiro.( Shaku Shoshin )

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Irmãos Gevieski

Os irmãos Gevieski, Flávio e Felipe, começaram um novo trabalho ligando zen budismo e yoga. Como educadores que são, estes jovens professores de educação física e praticantes da Comunidade Zen Budista de Florianópolis podem ajudar muitos seres levando harmonia como ilustrada pela foto abaixo tirada de seu novo blog:
http://www.yogabudista.blogspot.com/

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Dalai Lama afirma que seu sucessor pode ser uma mulher.

Dalai Lama
06 de Dezembro de 2007 | 12:02 (Veja on Line)

O Dalai Lama – chefe espiritual do budismo tibetano – afirmou nesta quinta-feira, em Milão, na Itália, que seu sucessor pode ser uma mulher, lembrando que "homens e mulheres têm os mesmos direitos" para a religião. "Se uma mulher se revelar mais útil, o Lama [Buda] poderá muito bem encarnar sob essa forma", disse, segundo a agência de notícias AFP.

O Dalai Lama chegou nesta quarta-feira a Milão, procedente da Índia, para uma visita de dois dias. Não está prevista qualquer reunião oficial com os dirigentes do governo italiano do primeiro-ministro Romano Prodi.

O encontro com o papa Bento XVI, inicialmente anunciado por uma autoridade vaticana, foi cancelado. Segundo algumas fontes, a decisão do papa de não receber o Dalai Lama teria facilitado a ordenação, na terça-feira, em Cantão, na China, de um novo bispo da igreja oficial chinesa, monsenhor Joseph Gan Junqiu, com aprovação do Vaticano. Um encontro entre Bento XVI e o Dalai Lama não seria bem vista pelas autoridades chinesas.

O conflito entre Pequim e o Dalai Lama tem origem na invasão do Tibet pelos comunistas chineses em 1959. Desde então, o líder religioso se exilou na Índia e cobra autonomia do Tibet junto aos chineses. Recentemente, ele disse que, caso venha a morrer no exílio, elegerá seu sucessor fora do Tibet. Ele também falou da hipótese da possível eleição de um novo líder espiritual budista antes de sua morte.

O que pensar das críticas a professores budistas que apoiaram guerras?


1) Em situações críticas muitos líderes religiosos acabam contrariando a substância de sua religião e apoiando circunstâncias. Exemplos são as cruzadas, os padres abençoando canhões, no cristianismo e múltiplos exemplos semelhantes. Os que contrariam o seu tempo e o poder dominante são esmagados por ele e por isto são chamados "heróis", estes são sempre minoria e merecem nossa reverência. A maioria, apesar das doutrinas de amor e compaixão, segue a corrente dominante, é só olhar a história. Quantos religiosos contestaram Hitler? No entanto os que morreram por isto hoje são canonizados como foi Padre Kobe. Também no Japão houve quem fosse preso ou morto por isto, são estes os nossos heróis. Budistas ou não.

2) A substância do zen é o budismo, os preceitos não foram jogados fora. São grandes os numeros de monges mortos pelos impérios, três exterminações apenas na China, por serem ameça ao estado militarista e religião estrangeira, em todas as ocasiões o budismo zen ressurgiu das cinzas. É importante ressaltar que a restauração Meiji (1868) e o império japonês, entendeu o budismo (e o zen) como estrangeiro e algo a ser combatido, pacifista que era, veja-se os decretos neste sentido no final do sec 19.

3) Entender que o "zen" apoiou isto ou aquilo é sofisma, o que pode acontecer é pessoas e instituições apoiarem isto ou aquilo, a substância do zen é a doutrina e esta é o budismo, e o budismo diz claramente não matar. O restante é história de homens e seus erros, é como pressupor que a doutrina católica endossa a pedofilia, que os sutras apoiem que budistas se envolvam na política e no poder temporal , que a doutrina aceite que alguns monges renunciantes passem a usar cartões de crédito para contornar o preceito de não usar dinheiro, ou que o islamismo corânico instrua a intolerância com os povos do livro ( ex: judeus). Nada disto muda a doutrina de cada religião, somente mostra como os homens são falhos, e não é por outra razão que precisam dos preceitos e mandamentos, das doutrinas que esquecem a cada passo.

Obs: Baseado no livro "Zen at War" confundindo e misturando o que é nacionalismo japonês, shintoísmo (imperador deus, homens consumíveis se suicidando por ele na guerra) com budismo zen, um pastor evangélico postou um filme no youtube que é um sucesso de público, uma crítica acerba ao zen e ao budismo, crendo que este endossa a violência (!) , talvez entendendo que ele ameaça seu rebanho, assim se cobriu de ridículo ( de "ridere" rir), vale a pena observar aonde leva o sectarismo e a crítica com informação deficiente:

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Famílias no Zazenkai

Famílias da comunidade zen de Florianópolis em um domingo de confraternização no campo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Zazenkai em Águas Mornas

Sangha de Florianópolis, no domingo, passeio com crianças nos contrafortes da Serra do Tabuleiro. Sol, campos e banho de cachoeira... mais fotos em: http://picasaweb.google.com.br/zenbudhismo/Zazenkai02122007

Após décadas de proibição TNH pode voltar ao Vietnam

Repassando convite de grupo ligado ao Mestre Zen Thich Nhat Hanh:

--- Sangha Plena Consciência - São Paulo
escreveu:

O tradicional retiro de 21 dias com nosso querido
mestre, que anualmente ocorre em junho na França, em
2008 será realizado em Hanoi - Vietnam, país de origem
do Thây.

O retiro ocorrerá de 4 a 20 de maio (durante o Vesak)
e terá como um dos principais temas para discussão do
dharma, "como a prática do budismo pode ser aplicada
na conservação do planeta"

Mais informações podem ser obtidas em
http://www.plumvillage.org/HTML/news/Joyfulgathering2008.html

Inspirando, expirando, estamos todos juntos, sempre.
Com um sorriso e um lótus para você, um grande abraço.

Paz, Amor e Alegria

Sangha Plena Consciência - São Paulo
Tradição Venerável Mestre Zen Thich Nhat Hanh (Thây)

sábado, 1 de dezembro de 2007

As Cinco Lembranças

"Eu pertenço à natureza do envelhecimento; não há nenhum modo de escapar do envelhecimento.

“Eu pertenço à natureza das doenças; não há nenhum modo de escapar de sofrer
alguma doença.

“Eu pertenço à natureza da morte; não há nenhum modo de escapar da morte.

“Tudo aquilo que me é querido e todos que amo pertencem à natureza da
impermanência. Não há nenhum modo de evitar me separar deles algum dia.

"Minhas ações são meus únicos verdadeiros pertences. Eu não posso escapar às
conseqüências de minhas ações. Minhas ações são o solo sobre o qual eu piso."

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Onde estão os monges de Myanmar?


Num pequeno mosteiro birmanês, viviam 100 monges, sobraram 31; noutro, eram 1.800. Desapareceram 1.000. Por toda Mianmar, a dúvida persiste: onde estão os monges? O governo reconhece que, durante os protestos, fez 3.000 prisões de monges e de civis. Mas garante que só 90, os líderes, permanecem atrás das grades.

É difícil que qualquer um dos números seja verdade. Monges foram assassinados, ninguém sabe quantos. Muitos deixaram seus mosteiros com medo da violência policial e tomaram o rumo do interior. Vivem escondidos. Ainda há os que, tendo sido presos, foram obrigados a largar seus mantos para substituí-los por roupas civis.
Alguma coisa aconteceu: eles desapareceram (veja reportagem da revista Newsweek em inglês). A única informação que há por parte do governo, no entanto, é que não há nada de novo e a calma reina no país após a desordem. Os diplomatas estrangeiros não conseguem notícias.

Mianmar é um país profundamente religioso, o budismo é parte do dia-a-dia de todo birmanês e os monges são tratados com todo o respeito possível. Uma das leituras é que a tática do governo de reagir com particular brutalidade contra os monges funcionou. Se fazem isso com os homens santos, o que não fariam com civis?

O que reina é um medo profundo – e é só o medo que sustenta o governo no poder.

postagem original: Weblog de Pedro Doria

copiado do blog de Monja Isshin

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Yoga e Zen para amputados


Em anexo fotos da oficina de yoga do II Encontro Nacional de Amputados, que ocorreu em Ponta das Canas no hotel Canto da Ilha no sábado último.
Segundo Patanjali, yoga é a cessação dos turbilhões mentais. Yoga não é para o corpo, é para a mente. O corpo no yoga é aquilo que vai ser cremado. O corpo é apenas um instrumento, o corpo e a respiração são as ferramentas para a interiorização.
"O objetivo do yoga é atingir consciência total em tudo que se faça" - mestre Iyengar
...................................
Marcos Rojo Rodrigues, Dr. em yoga por uma universidade indiana, coordenador do mestradro em yoga da UniFMU, professor da USP, escreve, "yoga é meditação", "yoga é um estado da mente".
Segundo Feuerstein, maior ocidental estudioso do yoga, autor de A Tradição do Yoga (cujo capítulo 7 é intitulado Yoga no budismo; atualmente Feuerstein é discípulo de um lama brasileiro), coloca que duas coisas são imprescindíveis no yoga:
1) yoga é iniciático, ou seja, é necessário um mestre (relação mestre/discípulo).
2) é necessário praticar.
Então nesta vivência e em outras eu uso o rakusu, pois embora a parte física esteja fundamentada em meus conhecimentos como profissional da educação física, minha orientação espiritual está no zen.
Feuerstein chama a escola Zen de yoga japonês.
/\
Flávio Jôshin (Comunidade Zen Budista de Florianópolis)

A vacuidade pode ser alcançada através dos chakras?

A vacuidade é uma qualidade de todas as coisas, a qualidade de ser interdependentes, de não terem um eu inerente, por si mesmas. Não é algo, ou um substrato do universo, ela se manifesta através das formas, mas as formas são a própria vacuidade e a vacuidade as formas.
Chakras são uma teorização e interpretação particular que nada tem a ver com o budismo em si, mas sim com um método, como seria outra interpretação de outra origem. O que não quer dizer que esteja negando sua existência, nem a afirmando.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Os Três Refúgios

Os Três Refúgios

Os três refúgios representam a fundação e a orientação de nossas vidas como seguidores do Caminho de Buda.

1. Eu tomo refúgio no Buda. Ao tomar refúgio no Buda, nós reconhecemos a Natureza Búdica de todos os seres. Embora haja diferentes níveis de autoridade administrativa e religiosa no Centro Zen, nós reconhecemos que todos nós somos, igualmente, a expressão da Natureza Búdica.

2. Eu tomo refúgio no Dharma. Ao tomar refúgio no Dharma, nós reconhecemos a sabedoria e a compaixão do modo de vida Budista. É através do Dharma que nós exprimimos e tornamos acessíveis os ensinamentos de Buda tal como nos foram transmitidos através da linhagem de nossos professores. O termo "Dharma" é freqüentemente traduzido como "Lei", e nesta perspectiva nós podemos ver os ensinamentos de Buda como diretrizes para nosso comportamento em todas as áreas de nossas vidas.

3. Eu tomo refúgio na Sangha. Ao tomar refúgio na Sangha, nós reconhecemos o importante papel que a vida comunitária do Centro Zen desempenha na nossa prática. A fim de que a Sangha seja um refúgio, nós aspiramos criar um ambiente inclusivo, com espaço para compreensão e aceitação de nossas diferenças. Ao mesmo tempo, nós trabalhamos para implementar a percepção de que a Sangha e seus membros não são entidades separadas. Uma comunicação aberta e permanente dentro da Sangha é essencial para que seja criado este refúgio. Quaisquer preocupações ou conflitos éticos devem ser integralmente ouvidos e apropriadamente discutidos.

Texto do Zen Center de Rochester (Tradução de Francisco Scherer; Revisão de Giovanni Kakugen)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Perguntas, eu e meditação

Eu costumo me perceber como o sujeito e as outras pessoas como objetos da minha mente. O que o senhor acha disso?

R: Já houve uma escola budista que achava que todas as coisas são produtos da consciência (Cittamatra). Mas este pensamento que você expressou é típicamente auto centrado portanto ilusório, fruto de seu funcionamento mental, que afinal é o que causa a consciência.

O que significa dizer que sujeito e objeto se fundem durante a meditação?

R: Não há sujeitos nem objetos na meditação.

Que tipo de fusão ocorre durante a meditação?

R: Vc está praticando meditação? É inútil ficar respondendo estas coisas sem que haja prática. Praticando as perguntas mudam.

A meditação é capaz de destruir todos os tipos de sofrimentos?

R: Sim. A meditação corta o carma, porém isto não é rápido.

Eu me sinto muito sozinho por ser individual, por ter um eu, e costumo me sentir o centro do mundo. Costumo pensar que estou preso dentro do meu próprio mundo, dentro do mundo que apenas eu vejo. O que a meditação pode fazer quanto a isso?

R: Tente. Você verá. Este eu é completamente ilusório.

sábado, 24 de novembro de 2007

Palestra na UFSC


Dois aspectos da palestra realizada no CDS da Universidade Federal de Santa Catarina, abordando a meditação e seus efeitos neurofisiológicos, estes a cargo do Prof. Dr. Takase da UFSC que vem efetuando pesquisas usando meditadores.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Os preceitos tomados nas investiduras leigas

Os 16 Preceitos Buddhistas



Os Três Refúgios

1. Eu tomo refúgio no Buda.

2. Eu tomo refúgio no Dharma.

3. Eu tomo refúgio na Sangha.



As Três Resoluções Gerais




1. Eu decido evitar o mal.

2. Eu decido fazer o bem.

3. Eu decido libertar todos os seres sencientes.


Os Dez Preceitos Cardeais


1. Eu decido não matar, e sim cuidar de toda forma de vida.


2. Eu decido não tomar o que não é dado, e sim respeitar a propriedade alheia.


3. Eu decido não utilizar mal a minha sexualidade, e sim ser cuidadoso e responsável.


4.Eu decido não mentir, e sim falar a verdade.


5. Eu decido manter a minha mente clara, não abusar do álcool ou outros intoxicantes, e nem levar os outros a fazê-lo.


6. Eu decido não falar sobre as falhas de outros, mas sim ser compreensivo e solidário.


7. Eu decido não enaltecer a mim mesmo e desfazer os demais, mas sim superar as minhas próprias limitações.


8. Eu decido não sonegar ajuda espiritual ou material, mas concede-las gratuitamente quando necessário.


9. Eu decido não me entregar à raiva, mas sim praticar a paciência.


10. Eu decido não desrespeitar os Três Tesouros (Buda, Dharma e Sangha), mas sim nutri-los e apoia-los.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Palestra sobre meditação

Palestra aberta e gratuita na UFSC

Para os interessados em psicologia, meditação, neurociências e budismo

Meditação: o que é e como funciona?

Palestrantes: Prof. Dr. Emílio Takase (Dr. em Psicologia Experimental pela USP) e Monge Genshô (Diretor Geral do Colegiado Buddhista Brasileiro)

Data: 22 de novembro de 2007 (quinta-feira)

Às 19 horas no Auditório do CDS / UFSC (Universidade Federal de SC)

Florianópolis

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Sesshin em Florianópolis

Postado por Jane Denkô no fotolog da página www.chalegre.com.br/zendo foto do retiro zen de novembro/2007 em Florianópolis, participantes de Curitiba e Porto Alegre também estiveram presentes.

Sentimentos e amizade são apegos?

A amizade e amor verdadeiros podem ser desapegados, porque não? Um bom pai encoraja o filho a ir fazer longa viagem boa para sua vida, lhe dói a cama vazia, mas seu amor é forte o suficiente para permitir ao filho alçar vôo.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Zen recomendado na prática psicoterapêutica

Patients Do Better

With Psychotherapist

Who Practice Zen

Meditation,

Study Suggests

ScienceDaily (Nov. 18, 2007) ? An investigation by German researchers headed by Professor Nickel indicates the practicing Zen meditation by psychotherapists matters. All therapists direct their attention in some manner during psychotherapy. A special form of directing attention, 'mindfulness', is recommended.

This study aimed to examine whether, and to what extent, promoting mindfulness in psychotherapists in training (PiT) influences the treatment results of their patients. The therapeutic course and treatment results of 124 inpatients, who were treated for 9 weeks by 18 PiTs, were compared.

The PiTs were randomly assigned to 1 of 2 groups: (i) those practicing Zen meditation (MED; n = 9 or (ii) control group, which did not perform meditation (noMED; n = 9). The results of treatment (according to the intent-to-treat principle) were examined using the Session Questionnaire for General and Differen-tial Individual Psychotherapy (STEP), the Questionnaire of Changes in Experience and Behavior (VEV) and the Symptom Checklist (SCL-90-R).Compared to the noMED group (n = 61), the patients of PiTs from the MED group (n = 63) had significantly higher evaluations (according to the intent-to-treat principle) for individual therapy on 2 STEP scales, clarification and problem-solving perspectives.

Their evaluations were also significantly higher for the entire therapeutic result on the VEV. Furthermore, the MED group showed greater symptom reduction than the noMED group on the Global Severity Index and 8 SCL-90-R scales, including Somatization, Insecurity in Social Contact, Obsessiveness, Anxiety, Anger/Hostility, Phobic Anxiety, Paranoid Thinking and Psychoticism.

This study indicates that promoting mindfulness in PiTs could positively influence the therapeutic course and treatment results in their patients.

Journal reference: Grepmair, L. ; Mitterlehner, F. ; Loew, T. ; Bachler, E. ; Rother, W. ; Nickel, M. Promoting Mindfulness in Psychotherapists in Training Influences the Treatment Results of Their Patients: A Randomized, Double-Blind, Controlled Study Psychother Psychosom 2007;76:332-338

Adapted from materials provided by Psychotherapy and Psychosomatics.

domingo, 18 de novembro de 2007

Livro "Seguindo as Pegadas do Buda"

Foi lançado na Feira do Livro de Porto Alegre o livro sobre a vida de BUDA, "Seguindo as Pegadas do Buda", do monge budista Thich Nhat Han.

O livro, que está servindo de base para mais uma superprodução de Hollywood (para 2008), pode ser adquirido pelo site da editora: www.bodigaya.com.br

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Retiro

De 15 a 18 de nov o retiro em Florianópolis impede a postagem neste blog. Assim, até a semana próxima...

Manjusri observa

A estátua que representa Manjusri, o bodisatva da sabedoria, tranquilamente sentado sobre um leão, observa a cerimônia da nova Abadessa, Coen Sensei. Nas mãos desta, o Hosshu, originariamente usado para espantar os insetos sem feri-los, com o tempo transformou-se em um símbolo dos mestres do zen.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A mente inclui tudo


Shunryo Suzuki Roshi (1905-1971)

"Vai levar muito tempo até encontrares a tua mente calma e serena na meditação. Muitas sensações aparecem, muitos pensamentos e imagens surgem, mas são apenas ondas da tua própria mente. Nada vem do exterior da tua mente. Habitualmente pensamos que a nossa mente recebe impressões e experiências do exterior mas essa não é a verdadeira compreensão da nossa mente. A verdadeira compreensão é que a mente inclui tudo. Quando pensamos que alguma coisa vem do exterior significa apenas que algo surge na nossa mente. Nada fora de ti te pode perturbar. Tu próprio é que crias as ondas na tua mente. Se deixares a tua mente tal como é, ela tornar-se-á calma. Esta mente chama-se Grande Mente."

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Sobre as prisões

Quando nós viemos para o sesshin e sentamos, a palavra sesshin quer dizer reunir ou consertar a mente, reunir uma mente que está espalhada, reunir num lugar só. Achar o centro, onde estou, estas são as respostas importantíssimas.Quem eu sou realmente? Porque se você souber quem é realmente vai poder fazer até uma operação plástica sem ficar preso porque você já sabe quem é. Você pode ter um determinado bem porque sabe ah, eu preciso de um carro com tais características. E depois você pergunta para esta pessoa que sabe quem é: você está satisfeito com o seu carro? Sim eu estou satisfeito. Você não vai trocar por um novo? Não só quando começar a dar problemas eu vou pensar. É a mente saudável. Ambição sem fim é que é a mente infeliz porque basicamente ela não sabe quem é. Por não saber quem é fica procurando a si mesmo fora ou nas revistas que ditam os modelos de beleza ou nos objetos que trazem felicidades muito curtas, muito temporárias. Eu acho que esta é a resposta essencial para a pergunta que foi feita. Onde é que existe o equilíbrio? Existe o equilíbrio na resposta a pergunta: quem sou eu? Então saber o que fazer, como e de que maneira, sem estar preso num redemoinho.

Quem souber quem é pode entrar no cassino, jogar na roleta, perder e sair, sem estar preso ao jogo da roleta. Quem sabe quem realmente é pode ir ao jogo de futebol e vibrar com o gol e sair do campo nem triste nem alegre. Triste porque perdeu ou alegre porque ganhou. Simplesmente partilhou com amigos um bom tempo ali e torceu, mas depois não está triste nem alegre porque ele não é o time. Esta é a diferença. Isto é muito difícil. Porque você vai perguntar para a pessoa quem você é e ele é capaz de responder assim: eu sou flamengo. Não é mais ele. Ele é flamengo. Isto é que é importante. É claro que quando a pessoa pratica espiritualmente há uma tendência a se distanciar das situações aprisionantes. O budismo aponta para esta liberdade. Liberdade dos aprisionamentos e dos automatismos.


Trecho, palestra "O Passaporte", disponível em www.chalegre.com.br/zendo em Textos.

sábado, 10 de novembro de 2007

Praticando o zen como os monges nos mosteiros

Comunidade Zen Budista de Florianópolis

Convida

Sesshin Em Florianópolis
(Retiro Zen Budista)

14,15,16,17,18 de novembro (quarta-feira à domingo - início 19hs)
Coordenação: Monge Genshô

Valor: R$180,00 para membros efetivos da Sangha, R$240,00 para
membros colaboradores e R$300,00 para não contribuintes, estão
inclusos hospedagem e alimentação.


Local: Sede Baha-í – Estrada Geral da Cachoeira do Bom Jesus,
Cachoeira do Bom Jesus – Florianópolis – SC.

Favor informar por e-mail o depósito

DEPÓSITO EM CONTA CORRENTE

BANCO DO BRASIL – Instituto Educacional Todatsu

AG 4550-0
CC 5709-6

CNPJ 04.189.002/0001-21

Contato: *Shumaia Sodô (48) *3225 6299/8405 5914.

*e-mail: *santosjuliana@terra.com.br mailto:santosjuliana@terra.com.br

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Radicais destroem estátuas budistas no Paquistão


Quando o Taleban destruiu duas estátuas budistas no Afeganistão na primavera de 2001, houve um clamor de protesto internacional. Mas incidentes similares estão ocorrendo agora no noroeste do Paquistão, onde islâmicos radicais recentemente explodiram uma escultura do Buda em plena luz do dia

Yassin Musharbash

O fenômeno é novo e desconcertante. Até mesmo o governo paquistanês o descreve com uma "talebanização"
. Atualmente certas partes do país estão quase que na exata situação em que se encontrava o Afeganistão quando o Taleban detinha o poder naquele país.

Isso ocorre especialmente na outrora pacífica região de Swat, na qual um líder militante islâmico chegou até a proclamar a criação de um "emirado". E, assim como no Afeganistão, o ódio dos islâmicos é direcionado em parte contra os traços da antiga civilização budista que existiu na região.

Extremistas muçulmanos inspirados pelo Taleban destruíram uma importante escultura budista de 40 metros de altura e cerca de 1.300 anos de idade na região noroeste do Vale de Swat, segundo Vishaka N. Desai, diretora da Asia Society, uma instituição internacional com sede nos Estados Unidos cujo objetivo é estreitar as relações e o entendimento entre os povos asiáticos e norte-americano.

Rohatsu Sesshin

«Acontece no Templo Busshinji, de 9 a 16 de dezembro, o Sesshin da Iluminação (Rohatsu Sesshin). A participação é aberta a todos os interessados. Todos devem vestir roupas pretas. Durante a prática do sesshin não serão permitidas saídas inesperadas ou entradas atrasadas. Não se traz telefone celular e nem se usa o telefone do templo. Na hora do samu (trabalho),
deve-se executar as tarefas com afinco. Evitar conversar durante os intervalos.
Mesmo os praticantes de outras escolas podem participar, desde que se adaptem às normas da casa.
Como não temos acomodações apropriadas, os participantes retornam para as suas casas à noite.
O custo para este sesshin é de R$ 200.
O Templo Busshinji fica na Rua S. Joaquim, 286, Bairro da Liberdade, São Paulo. Inscrições no local.»
fonte:
http://sanghamargha.blogspot.com/2007/11/seshin-da-iluminao.html

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Monges marcham pela paz na Índia


Um grupo de 30 monges budistas de diferentes países concluiu nesta quinta-feira (8) em Nova Délhi a caminhada que realizam pela paz mundial.

A marcha de 300 quilômetros começou no dia 28 de outubro na cidade de Punjab. No dia 14 de novembro, os monges devem inaugurar uma torre pela paz mundial no Parque Indraprastha, também em Nova Délhi.

Fonte: Globo

Nem ganhar nem perder

Quem souber quem é pode entrar no cassino, jogar na roleta, perder e sair, sem estar preso ao jogo da roleta. Quem sabe quem realmente é pode ir ao jogo de futebol e vibrar com o gol e sair do campo nem triste nem alegre. Triste porque perdeu ou alegre porque ganhou. Simplesmente partilhou com amigos um bom tempo ali e torceu, mas depois não está triste nem alegre porque ele não é o time. Esta é a diferença. Isto é muito difícil. Porque você vai perguntar para a pessoa quem você é e ele é capaz de responder assim: eu sou flamengo. Não é mais ele. Ele é flamengo. Isto é que é importante. É claro que quando a pessoa pratica espiritualmente há uma tendência a se distanciar das situações aprisionantes. O budismo aponta para esta liberdade. Liberdade dos aprisionamentos e dos automatismos.
(Trecho de O Passaporte, palestra disponível em www.chalegre.com.br/zendo na secção Textos)

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

"Monge, sofri insultos, uma tristeza imensa me arrasa...."

Porque somos frágeis e delicados, às vêzes não é possível ficar acima das circunstâncias e é necessário, sim, sofrer, saber que é um pedaço do inferno, mas que temos força para atravessa-lo mesmo chorando. Nós temos capacidade de atravessar estes campos lamacentos da vida, mas lá adiante existe o momento de refrigério, é preciso ter confiança nele, que bom que existe a impermanência! Ela permite que saibamos que os sofrimentos se esgotam.
Doutro lado, quem dentro de nós é que sofre com os insultos? É nosso desejo de ser amado, de ser reconhecido, é nosso pobre orgulho de sermos seres diversos, diferentes daquilo que ouvimos...como estar acima disto? Difícil,mas pelo menos podemos respirar fundo, esquecer as coisas tristes nos voltando para as boas, sei que quando experimentamos alguma esperança qualquer recaída é mais dolorosa, por que? Porque alimentamos a expectativa do futuro, porque saímos do presente esperando que tudo continue bom como naquele momento melhor, mas este momento não desapareceu, faz parte da mesma pessoa, ela é tudo isto, o bem e o mal misturados, o que será que nossos olhos podem ver através das aparências das emoções que animam o outro?
São as ações que são erradas, mas as pessoas no fundo tem a pura natureza búdica, é só o carma que as agita.
Saia um pouco e olhe o céu azul, as nuvens passam sem perturba-lo.
Estou aqui a seu lado,

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Aí por 2002...


Início do zen em Florianópolis, à direita , de azul, um grande apoio, Marcos Wunderlich, na sede de seu Instituto Holos realizaram-se os primeiros retiros, como o que a foto registra.

sábado, 3 de novembro de 2007

Por quê "Aparecida Kannon"? Por quê este sincretismo?



Fotos Seigen
Emerson escreveu na lista Chungtao:

"Gostaria de apontar para o fato de que as pessoas de alguma forma ligadas a esta cerimônia de Aparecida Kannon, seja porque fazem parte da comunidade que a organizou, seja porque foram lá participar (no caso, eu rsrsrs), ao serem questionadas sobre o significado de "Aparecida" (e eu fui um dos primeiros que questionei), têm se mostrado evasivas nas respostas.
A razão mais direta de não se responder diretamente a esta pergunta é que, como já foi dito, trata-se de uma proposta do Saikawa rôshi e obviamente ninguém pode responder por ele. Há outras razões e aqui eu gostaria de falar das minhas, pois também fico feliz de que ela possa voltar a ocorrer.
O fato é que, considerando as palavras do Handa-san, que é um monge diretamente ligado a este mestre e que também participou da cerimônia, nem mesmo eles, envolvidos diretamente na preparação e execução, receberam explicações detalhadas sobre esta questão.
Em outras ocasiões, inclusive em um retiro, já tive a oportunidade de estar ao lado do rôshi e, até onde permite ver minha compreensão embaçada, posso dizer que eu o reconheço como um verdadeiro mestre zen. Em outras palavras, acredito que qualquer "proposta" que
venha dele tenha nascido de sua compreensão peculiar.
Mas este é apenas o primeiro ponto.
Neste caso em particular, "compreensão" sobre exatamente o quê? Sobre a compaixão, eu responderia, que, segundo explicações dadas, é o objetivo desta "proposta".
Então temos um mestre zen japonês que, munido de sua "compreensão peculiar", decide fazer em terras tupiniquins uma cerimônia "para a compaixão e comunhão entre todas as pessoas", conforme foi anunciado, e então ordena a seus monges e ao "departamento
feminino" do templo que prepare tudo para a novaCerimônia a "Aparecida Kannon Bosatsu da PazUniversal". Quase isso. Quem olhou e reconheceu, pôde ver no álbum do Seigen o próprio rôshi varrendo o chão e mexendo as panelas. Aqui acho que começa o ponto essencial: esse é um ato de expressão de comunhão entre as pessoas levado à prática, não de discussão
sobre o tema.
Ao se buscar a comunhão temos que primeiro procurar o que temos em comum, não o que nos distingue. O ponto de contato entre Kannon Bosatsu e Nossa Senhora Aparecida é naturalmente a devoção que o povo japonês têm pela primeira e o brasileiro, pela segunda. Mas o
mais importante é que para quem estava servindo no dia, ou sendo servido, isso não fazia a menor diferença.
No fim percebei que é preciso algum coração e se largar mão de muita racionalidade para participar de um evento com este espírito, seja por conta de nossa convicção religiosa, seja por causa de nossos conceitos e idéias sobre as coisas do coração, como compaixão. Na prática, qual é a diferença se a compaixão é encarnada pela santa padroeira ou pelobodisatva? Ambos são conceitos religiosos, pois carecem de uma definição clara (ambos estão associados
aos seus respectivos epítetos) para existirem. E quem precisa de conceitos para comungar, se é verdade que a comunhão é assunto do coração e não do raciocínio?
Assim, não estou escrevendo estas palavras para justificar, seja para os outros ou para mim mesmo, minha participação, nem mesmo para justificar a existência própria do evento, mas para
desconstruí-las, para reconhecer que seria lamentável se eu continuasse necessitando de uma justificativa ou explicação, ou que todos os conceitos precisassem se encaixar perfeitamente na minha cabeça.
Digo desconstruir estas palavras porque só depois de concebê-las, paradoxalmente percebi que se continuasse precisando de justificativas para me aproximar de outras pessoas ou para pôr a compaixão em prática é que eu certamente deveria a começar a participar de cerimônias deste tipo, onde dar uma explicação seja tão difícil quanto dar a resposta a um koan, onde a
questão queimasse fundo todos os conceitos e sobrasse apenas a vivência. E, quem sabe, se continuar praticando assim talvez um dia, em vez de apenas me servir, consiga chegar ao nível de ser capaz de varrer o chão para a cerimônia."

Emerson

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Se eu jogar fora a minha vida, onde ela estará?

Não existe esta MINHA vida, só uma grande, incomensurável vida. Se você a descobrir livrar-se-á de toda SUA vida e estará livre de nascimento e morte.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Saikawa Roshi varre o templo

Preparando para a distribuição de alimentos a quem quer que passe o Superior para a América Latina, Saikawa Roshi, varre ele mesmo a frente do Templo Busshinji.


Narração de Emerson, foto de Seigen:

"Foi como descrito no e-mail que o monge Genshô nos encaminhou em inglês, algo muito simples e, talvez por isso, muito tocante.
Enquanto os monges -e os participantes que se dispusessem- recitavam o Enmei Jikku Kannon Kyô (uma espécie de ladainha a Kannon em "dez versos", "jikku"), as pessoas iam chegando, ofereciam incenso e pegavam um prato de comida - cereais e salada de repolho, além de um copo de refresco. Havia cadeiras nas calçadas e no alpendre do templo.
Todos os transeuntes eram convidados e muitos aderiam - indigentes, engravatados, estudantes, homens, mulheres, crianças. A estes era dado um papel com os dizeres:

"CERIMÔNIA DE APARECIDA KANNON BOSATSU DA PAZ UNIVERSAL"

A Aparecida Kannon Bosatsu da Paz Universal, eu (nome) ___________ presto homenagens e oro pedindo longa vida, felicidade e saúde; desta forma possamos divulgar e espalhar o bom ensinamento a todos os cantos do mundo, pedindo pela paz universal e desenvolvimento do Templo Busshinji."

(Kannon é a representação budista, em imagem, da compaixão, no budismo japonês usa-se uma forma feminina muito bela.)

No verso havia o "sutra" mencionado acima.Quem quisesse podia colocar o nome no papel e
devolvê-lo.

No mais, a atmosfera era muito acolhedora, ao som da recitação, e senti que era de fato um alimento para o corpo e para o coração. Para mim o sentido da cerimônia era apenas este mesmo: comunhão entre os seres humanos e, neste sentido, tenho a sensação de que cumpriu plenamente seu papel.

Para quem quiser ver fotos, o praticante do Busshinji, Bruno Mitih (Seigen), que é fotógrafo, fez uma ótima cobertura do evento e publicou várias imagens, inclusive dos bastidores, no seguinte álbum:
http://www.flickr.com/photos/8061228@N08/sets/72157602801367002/

Eu também tirei algumas fotos, no meu melhor estilo de não querer sair do lugar para fotografar rsrs, que coloquei aqui:
http://zamprogno.multiply.com/photos/album/27/Aparecida_Kannon_Bosatsu_da_Paz_Universal

Com as mãos em prece,

Emerson"

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Sangha e Pizza

Parte da Sangha de Florianópolis com convidados do budismo tibetano e Theravada, ao fundo o Prof. Sasaki que veio ensinar sobre o Dhammapada.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

China protesta por condecoração dos EUA ao Dalai Lama

O governo chinês convocou o embaixador dos Estados Unidos em Pequim para protestar contra a decisão do governo americano de conceder uma importante condecoração ao Dalai Lama.

Os Estados Unidos "enfraqueceram gravemente" suas relações com Pequim ao conceder a Medalha de Ouro do Congresso ao Dalai Lama, disse o governo chinês.
O líder espiritual tibetano vive em exílio na Índia desde 1959, quando houve uma tentativa fracassada de levante contra o domínio chinês.
A China argumenta que o Dalai Lama tenta destruir a soberania chinesa ao lutar pela independência do Tibete.
Interferência
Na quarta-feira, o Dalai Lama se encontrou com o presidente americano George W. Bush, em Washington, para receber a medalha, a mais importante condecoração civil concedida pelo Congresso dos Estados Unidos.
Bush pediu à China que inicie negociações com o líder budista, "um símbolo universal da paz e da tolerância" nas palavras do presidente americano.
O momento da premiação é particularmente delicado, já que coincide com a realização, na China, do Congresso do Partido Comunista, que é realizado de cinco em cinco anos.
Durante o Congresso, o partido anuncia seus planos para o futuro e escolhe novos líderes.
"A ação dos Estados Unidos é uma interferência gritante nos negócios internos da China", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Liu Jianchao.
Liu disse que o ministério convocou o embaixador Clark T. Randt para expressar "um forte protesto ao governo dos Estados Unidos" em relação ao assunto.
O porta-voz pediu ao governo americano que tome medidas concretas para proteger as relações entre os dois países.
Direitos humanos
Políticos americanos regularmente acusam a China de, em sua busca por energia e acordos comerciais, ignorar abusos aos direitos humanos em Mianmar e no Sudão.
Recentemente, líderes mundiais têm expressado mais sua preocupação com os direitos humanos no Tibete.
Em setembro, a chanceler alemã Angela Merkel se encontrou com o Dalai Lama e também provocou irritação no governo chinês.
Neste ano, o líder tibetano também se encntrou com o primeiro-ministro austríaco Alfred Gusenbauer e com o primeiro-ministro australiano John Howard, e deve se reunir com o primeiro-ministro canadense Stephen Harper no final do mês.
A China também manifestou sua insatisfação ao Canadá, no ano passado, quando o país concedeu uma cidadania honorária ao Dalai Lama.

( Extraído do noticiário. Postado pelo Rev. Wagner na lista Shin)

domingo, 28 de outubro de 2007

Saikawa Roshi escreve sobre NY

Cheguei de NY esta manhã. Estive no Zen Moutain Center of New York onde ajudei Daido Loori Roshi 25 anos atrás. As montanhas e rios são os mesmos de então e foi a melhor estação para visita-los. Visitei também dois centros próximos onde o Dalai Lama deu uma palestra antes, também visitei o Professor Thirman que ensina sobre o budismo tibetano na Columbia University. Daido tem muitos estudantes de todo o mundo que estão em um Ango agora.

..................................................
Dosho Saikawa
(tradução Genshô)


sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Evento do CBB no Busshinji - Como foi?

Prof. Ricardo Sasaki descreve:

Ocorreu ontem à noite o evento do CBB - Colegiado Buddhista Brasileiro - no Bushinji de São Paulo. No geral, apreciei o evento, considerando que foi a primeira atividade pública do CBB (além de todas as outras atividades que ocorrem mais 'não-publicamente'), considerando a chuva e o trânsito de São Paulo. Creio que contamos com cerca de 50 pessoas no total. Alguns, muito justamente, se surpreenderam pelo número pequeno de pessoas num evento com tamanha importância moral para o Buddhismo. Infelizmente essa é a conhecida realidade do Buddhismo no Brasil. Quando o Dalai Lama visita, milhares de pessoas vêm para vê-lo, mas quando um evento em nome da justiça e da não-violência é organizado, poucos aparecem. Isso nos faz questionar, é claro, sobre a motivação dos milhares que estão prontos para ver um ícone (será que foram lá para ver o verdadeiro Dalai Lama ou para ver uma 'estrela'?). Mas é assim mesmo, realidades da situação brasileira que em quase cem anos não consegue ainda articular bem o engajamento inter-ser, preferindo a prática somente individual com dúbias motivações.

Feliz porque alguns grupos e pessoas estiveram presentes e outros porque tiveram a iniciativa de enviar representantes para este evento que, moralmente, foi tão significativo. O Rev. Gensho, representando a Comunidade Zen de Florianópolis esteve lá presente, lendo o Manifesto do CBB em favor da justiça e da não-violência, e apresentando os convidados. O Rev. Joaquim Monteiro, do Honpa Honganji esteve com dois de seus alunos, e proferiu palavras de engajamento e importância da Sangha no Brasil. O Prof. de Dharma Ricardo Sasaki, mais dois membros da Comunidade Buddhista Nalanda, encerrou o evento com uma breve explicação sobre as Três Jóias e dirigindo um cântico em pali. Rev. Leninha e Ana Lúcia estiveram pelo Higashi Honganji. Pelo menos três pessoas foram enviadas pela Rev. Coen da Comunidade Zendo do Brasil para representá-la e a Denise representou o CEBB em nome do Lama Santem. O Dep. Fernando Gabeira fez um significativo discurso em favor dos monges da Birmânia, bem como um diácono da Igreja Católica e mais três membros do Partido Verde (que marcaram sua presença em prol da não-violência)
. O secretário Eduardo Jorge também esteve presente, falando de Gandhi e representando o prefeito paulista Gilberto Kassab. E um representante espiritualista falou que deixou de ir à sua prática espiritual para se solidarizar conosco. Os monges zen do Bushinji estiveram admiravelmente presentes, abrindo o templo, oficiando a singela cerimônia e recebendo os convidados.

Podemos pensar: 'Por que vou enfrentar o trânsito e a garoa para ir num tal evento?' 'Que importância teria a minha presença para isso?'; 'O que um manifesto público terá de efeito para um país tão longe do meu?'. São questionamentos que nos fazem ficar em casa ou preferir ir ao cinema. É fácil esquecer que a doutrina central buddhista é a interdependência. Que cada gesto, por menor que seja, repercute indefinidamente em nossa corrente mental e na de todos os seres. Sair do isolamento de nossas buscas individuais é algo difícil. Sair do exclusivismo de nossas escolas e objetivos, e pensar no bem maior do Dharma é uma consciência que se ganha com o tempo. Requer maturidade espiritual. À medida que algumas pessoas, aqui e ali, comecem a ver que a prática do Buddhismo é mais que apenas olhar para o próprio umbigo e que é com pequenas iniciativas como essa (mas grandes na motivação e na intenção) que o Dharma de Buddha é construído nessa terra verde e amarela, é que veremos, quem sabe um dia, o Dharma realmente germinar entre nós. Como o dep. Gabeira terminou seu discurso (não literalmente): 'Somos poucos aqui, mas somos muito naquilo representamos'. Para quem foi, nosso agradecimento e o parabéns por saber semear.

http://rsasaki.multiply.com/journal