quarta-feira, 30 de abril de 2008

"Debate Público sobre a Questão Tibetana"


Prezados Irmãos no Dharma


O Colegiado Buddhista Brasileiro, contando com o apoio da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro e do Deputado Fernando Gabeira, estará realizando no dia 12 de Maio, às 10 horas, no Plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro o "Debate Público sobre a Questão Tibetana" juntamente com lideranças budistas brasileiras, o qual será registrado nos anais e divulgado no Diário Oficial.

É um evento que liga os políticos brasileiros à causa do Dalai Lama, e uma oportunidade especial para nos manifestarmos e fazer diferença em favor do oprimido povo tibetano, reforçando a posição do Budismo Brasileiro em prol do exercício da não-violência e da paz, do diálogo entre povos e culturas, e o respeito aos direitos de todos os seres.

Sendo necessário o maior apoio possível ao evento, solicitamos a todos os que deste tomem conhecimento que o divulguem em todas as listas públicas e particulares, blogs e sites, convidando os budistas e simpatizantes com a causa tibetana a comparecerem ao Plenário da Câmara.

Debate Público sobre a Questão Tibetana
Dia 12 de Maio às 10 Horas
Plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Palácio Pedro Ernesto - Praça Marechal Floriano, s/n, Cinelândia, Rio de Janeiro.


Em nome do Dharma,

Prof. Maurício Ghigonetto (Shaku Hondaku)
Presidente

Membros Fundadores

Rev. Wagner Bronzeri (Shaku Haku-Shin)
Site Oficial
http://www.honganji.dharmanet.com.br

Rev. Genshô
Escola Soto Zen
www.chalegre.com.br/zendo

Dhammacariya Ricardo Sasaki (Dhanapala)
Site Oficial
http://www.nalanda.org.br/

Prof. Claudio Miklos (Tam Huyen Van)
Site Oficial
http://tamhaovan.multiply.com

Conselho do CBB

Lama Chagdud Khadro
Rev. Rinchen Khyenrab
Rev. Heila Downey (Poep Sa Nim)
Ven. Uttaranyana Sayadaw
Rev. Shaku Sogyo
Rev. Dr.Ricardo Mário Gonçalves
Rev. Sinceridade
Rev. Coen Sensei

________________________

Colegiado Buddhista Brasileiro
http://cbb.bodhimandala.com
________________________

Sarve Bhavantu Mangalam - Que Todos os Seres Sejam Felizes

terça-feira, 29 de abril de 2008

Trilhas em Florianópolis



Grupo de praticantes de Florianópolis que fazem trilhas, neste caso a da Costa da Lagoa, é tempo de confraternização e contemplação.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A realidade em uma aldeia tibetana


Caros irmãos do Dharma, caros brasileiros,

Em torno de 10 minutos atrás, meu colega de quarto no monastério entrou, e senta-se em silêncio.

Senti uma certa tensão nele, apesar de seu silêncio.

Ele percebe que eu percebi algo, e me mostra o jornal tibetano que esta lendo e diz: Estão matando pessoas em minha comunidade, no distrito de Dege Jodha, no Tibete.

Lendo a matéria em língua tibetana, pude entender que em torno de 300 soldados chineses tomaram conta da região, a qual haviam suspeitos de liderarem passeatas a favor de um Tibete Livre.

Surge uma passeata incluindo muitos tibetanos, entre estes, crianças, jovens, e velhos, monges e laicos.

O exército chinês simplesmente abre fogo contra a passeata.

Uma criança de 14 anos de idade, com o nome de Kunga, filho de Sonam Tagye (pai) e de Dega (mãe) é atingida por uma bala e morre ali mesmo.

Muitos outros são também atingidos, caindo indefesos...muitos feridos e alguns em situação de emergência.

Terminei de ler a matéria e entreguei de volta em silêncio o jornal para meu colega monge.

Ele manteve-se em silêncio por mais uns 15 minutos enquanto eu estudava nossos textos sagrados budistas.

Novamente olhei para ele em que permanecia em silêncio e percebi que a tensão ainda continuava enquanto não tirava os olhos do jornal.

Perguntei a ele se estava tudo bem. Ele olhou para mim e seus olhos se encheram de lágrimas...ele tentou falar algo, mas sua voz não saiu enquanto as lágrimas cresciam em seus olhos...conseguiu dizer em voz baixa e tremida..deixa para lá...

Olhando nos olhos dele, percebi que ele não conseguiu compartilhar comigo seu sofrimento e tensão, por talvez achar que eu não entenderia...pois não sou tibetano, não tenho família no Tibete, não é meu povo que esta sendo brutalmente assassinado.

Me senti impotente, sem palavras...sem nada que pudesse fazer para ajudar...

Alguns minutos depois, ele diz...meu irmão (um khenpo formado em nosso monastério que foi visitar a família no Tibete pouco antes do início destes acontecimentos) que está lá em nossa comunidade ligou e disse que a situação não está boa para ficar lá...e voltou a ficar em silêncio, com os olhos em lágrimas.

Senti que ele temia de alguma forma que acontecesse algo com seu irmão, com seu pai, mãe e família que vivem lá. São nômades, hulmides que vivem sua vida cuidando de seus animais que proporcionam sua sobrevivência.

Neste momento pensei comigo: a mãe, pai, irmãos e família de meu colega esta em perigo de vida...ele está tenso temendo por sua família e sem poder fazer nada daqui, além de suas preces.

Pensei em minha mãe, em meu pai e irmãos...todos estão bem no Brasil. Mas e se não estivessem? E se eles estivessem correndo perigo de vida? E se eles estivessem sendo ameaçados de morte simplesmente por manter a aspiração de serem livres novamente, de terem seus direitos de cidadão, seus direitos humanos?

Talvez eu me movimentasse mais em prol de fazer algo se fosse minha própria família que estivesse nesta situação.

Caso fosse minha mãe, pai ou irmãos talvez eu fosse capaz de proteger a vida deles mesmo que a minha própria estivesse em jogo.

Pensei no Dharma, pensei nos grandes mestres, pensei no Buddha.

Será que eles assistiriam um filho, seu pai ou sua mãe serem assassinados sem mover-se em direção a evitar tal desgraça, tanto para com aqueles que serão privados de seu nascimento humano precioso, como também daqueles que estão cessando por completo tais vidas?

Percebi que provavelmente por sua profunda compaixão, amor e compreensão provalvemente seu coração e mente moveriam-se em direção a engajar-se em algum tipo de meio hábil para que tal situação não não surgisse.

Tenho ouvido e percebido uma maior manifestação de apoio para com S.S. Dalai Lama e o povo tibetano por parte de organizações de valores humanos e indivíduos não-budistas, do que aqueles que tiveram a felicidade e boa-fortuna de receber o Dharma através do que foi preservado pela tradição tibetana e por seus grandes mestres que mantiveram não só o conhecimento teórico do Dharma, mas o conhecimento empírico, a realização das palavras de Buddha. Tais dois tipos de conhecimento vêm sendo compassivamente transmitidos para o ocidente, para os ocidentais, por estes mestres.

Hoje não é somente seu país que foi tomado, mas são suas famílias que estão sendo assassinadas.

Há grupos tentando manifestar-se em prol desta causa. Esta pressão internacional fez hoje, com que a China, esta grande potência, cedesse a possibilidade de conversar com S.S. Dalai lama.

Mesmo que esta conversa seja somente para acalmar as críticas e pressão internaciona, percebo que o pouco que fizemos já teve algum respaldo.

Aqui fica meu apelo para que aqueles que vêm se esforçando, mesmo que sozinhos, a dar apoio a esta causa, não desestimulem. E para aqueles que ainda não se manifestaram, que coloquem sua mãe, pai, filho e família nesta situação, e por favor apoiem aqueles que estão trabalhando na direção de apoiar S.S. Dalai lama para com esta causa.

Fiquei pensando, nossa, como consegui “eu”, fazer com que esta potência que é a china, cedesse sua teimosia de não dialogar com S.S. Dalai Lama?

Me senti poderoso, mesmo que o que tenha feita seja principalmente circular informações.
Percebi que sozinhos temos a capacidade de dar alguns poucos passos.
Juntos temos a capacidade de mover montanhas, abrindo estradas positivas que levem a paz, liberdade e direitos humanos iguais a todos.

Meus melhores votos,

Gabriel Jaeger

Monge Ngawang Tenphel
Dzongsar Shedra

Índia

domingo, 27 de abril de 2008

Atitude dúbia da China faz crer que sua abertura ao diálogo é mera manobra

A atitude da China, de dizer que está disposta a conversar com emissários do Dalai Lama, seguida de contínuos ataques e tentativas de desmoraliza-lo, indica que seu anúncio de abertura a conversas é mera manobra para tentar esfriar os contínuos protestos em todo o mundo livre contra sua tirania e política de extermínio cultural e religioso contra o povo do Tibete. (Monge Genshô)

Abaixo notícia sobre a passagem pela Coréia do Sul:


Chineses e sul-coreanos brigam na passagem da tocha por Seul

Chineses pedem fim da 'política' nos Jogos Olímpicos; sul-coreanos pedem a independência do Tibete

JON HERSKOVITZ - REUTERS

Choi Won-suk/REUTERS

Chineses apóiam a passagem da tocha por Seul
SEUL -
Milhares de chineses enrolados na bandeira de seu país gritavam "Vamos adiante, China" e "Sem política, somente Olimpíada", no começo da corrida de revezamento da tocha em Seul.

Os chineses, no entanto, foram amplamente superados pelo número de sul-coreanos que protestavam contra a situação dos direitos humanos na China.

Em certo momento, os dois grupos entraram em confronto. Estudantes chineses chutaram um manifestante sul-coreano idoso e jogaram pedras contra pessoas que portavam cartazes condenando Pequim.

A passagem da tocha pela Coréia do Sul teve início em um parque usado nas Olimpíadas de Seul, em 1988, e continuou por uma rota de 22 quilômetros mantida em segredo até o último minuto.

O percurso mundial da tocha antes dos jogos de Pequim, em agosto, tem provocado protestos contra a China na questão dos direitos humanos no Tibet, bem como manifestações patrióticas de chineses que criticam o Ocidente por difamarem Pequim.

"O revezamento da tocha está sendo usado por manifestantes antichineses. Isto está provocando muita irritação dentro da China e fazendo com que pessoas como eu saiam para defender nosso país", disse o estudante chinês Yang Hui.

Manifestantes vêm causando desorganização na passagem da tocha por vários países e, por isso, o grande assunto tem sido as críticas à recente ação repressiva da China no Tibet depois que distúrbios causaram mortes nessa região e em áreas vizinhas.

O governo chinês acusa o Dalai Lama de ter incitado os protestos e diz que ele e seu governo no exílio, na Índia, estão tentando arruinar os Jogos Olímpicos. O líder espiritual tibetano nega as acusações.

Vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, exortaram a China a restabelecer as conversações com assessores do Dalai Lama. Na sexta-feira, o governo chinês anunciou repentinamente que pretende encontrar os assessores dele nos próximos dias.

Mas as autoridades mantiveram os ataques contra o Dalai.

Neste domingo, a China tratou o líder tibetano com desprezo e saudou como heróis patrióticos os manifestantes contra a autonomia tibetana, indicando que o governo não cederá terreno durante negociações.

"A claque do Dalai Lama sempre foi mestre nos jogos de palavras" comentou o Diário do Povo, principal jornal do governista Partido Comunista. "Questões de soberania estão além do debate e dividir a China é algo destinado a fracassar."

sábado, 26 de abril de 2008

Fortes protestos marcam passagem da "tocha da vergonha" pelo Japão


A TV japonesa mostrou um jovem, de aparência chinesa, sentado no chão e com sangue no rosto provocado por um ferimento na cabeça, cercado por manifestantes chineses.

O jovem foi levado posteriormente a um hospital.

Outros três chineses ficaram feridos nos confrontos, mas nenhum gravemente, segundo a polícia e os bombeiros.

O revezamento foi interrompido quando vários manifestantes contrários ao regime chinês lançaram objetos no portador da tocha. Policiais de branco o protegeram com escudos de plástico transparente, enquanto agentes de uniforme impediam que manifestantes rompessem o cordão de segurança.

Logo depois, um homem com uma bandeira tibetana conseguiu saltar sobre a barreira de segurança e correu em direção à tocha, mas foi detido pelos agentes de segurança.

A polícia deteve vários manifestantes, incluindo um cidadão japonês.

Estudantes chineses, que compareceram em massa a Nagano para apoiar os Jogos de Pequim, foram vistos cercando grupos pró-Tibete em alguns trechos do percurso da tocha e no ponto de chegada, na zona do parque Wakasato.

Durante o percurso, a tocha foi acompanhada por apenas dois militares chineses, como exigiam as autoridades japonesas, após a polêmica provocada pela presença de vários agentes chineses durante os revezamentos em Londres, Paris e São Francisco.

O dispositivo japonês de segurança utilizou mais de 3 mil policiais, em um esquema semelhante ao reservado as visitas do imperador do Japão.

A etapa de Nagano foi precedida na manhã deste sábado por uma oração no templo budista de Zenkoji, em memória aos chineses e tibetanos mortos nos distúrbios e à repressão no Tibete, em meados de março.

Um grupo de cerca de 300 pessoas rezou em silêncio, enquanto 20 monges, com túnicas de cor laranja, leram os nomes das vítimas.


Uma cerimônia oficial, com a participação do embaixador da China em Tóquio, Cui Tiankai, e do prefeito de Nagano, Shoichi Washizawa, precedeu o início do revezamento, às 8h15 local (20h15 de sexta-feira em Brasília).

O revezamento, de menos de 20 km, foi concluído após quatro horas e muitos incidentes.

Fonte G1

Exibição de Relíquias Buddhistas


Prezados Amigos,

Iniciou-se hoje, 25 de Abril, no Rio de Janeiro, a turnê de exibição das Relíquias Buddhistas. As peças apresentadas se compõem, em sua maioria e principalmente, de uma coleção de objetos que, em casos especiais após a morte e cremação de um corpo, surgem nas cinzas póstumas. Estes objetos são na verdade calcificações resultantes do
processo de queima dos compostos de carbono e cálcio de um corpo. Tais calcificações dão origem a pequenas pedras, algumas semelhantes a quartzo opaco, e são muito difíceis de acontecer.

No caso de grandes mestres ou sábios, ocorre um interessante fenômeno: tais calcificações tornam-se extremamente límpidas e cristalinas, algumas quase esféricas e semelhantes a pérolas. A tradição espiritual Hindu (e a Buddhista por relação) considera que tal processo surpreendente simboliza a extrema espiritualidade em
vida dos homens ou mulheres que os geraram a partir da cremação de seus corpos. No buddhismo, as relíquias são consideradas um símbolo das virtudes e qualidades da prática do Dharma. Ao ver as relíquias, devemos ponderar sobre o potencial búddhico existente em todos nós, e reconhecer em tais fenômenos os méritos que uma prática de plena consciencia pode oferecer.

A exposição que se apresenta no Brasil mostra relíquias do próprio Shakyamuni Buddha, de grandes Arhats como Kashyapa, Ananda e outros, além das relíquias de grandes mestres da tradição buddhista Tibetana, como Tsong-ka-pa. Tive a honra e oportunidade de comparecer à abertura do evento, e sua natureza simples e humilde - aliada ao
grande empenho de todos os membros da organização - representa, a meu ver, sua real grandeza.

A pratica do Dharma se dá através do profundo exercício de reflexão, compreensão e compaixão. Ela se fundamenta em ações claras e diretas, sem ostentações ou subterfúgios.

Assim a Exposição das Relíquias, em sua suave singeleza, simboliza a verdadeira grandiosidade dos ensinamentos de Buddha e dos mestres da tradição buddhista. Ela nos ofecere a oportunidade de perceber que a mais valiosa e importante relíquia encontra-se em nós mesmos, e deve ser venerada através de uma prática correta, pacífica e justa.

Gostaria de convidar a todos os residentes no Rio de Janeiro para conhecer esta bela coleção. A exposição com entrada franca irá acontecer do dia 25 até o dia 30 de Abril, das 10 às 19hs no Espaço Nirvana - Jockey Club - Pça Santos Dumont, 31 - Gávea (entrada pela Rua Jardim Botânico, tribuna A).

Que todos possam se beneficiar dos méritos deste evento.

Tam Huyen Van (Claudio Miklos)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

China cede em se reunir com emissários do Dalai Lama

Governo chinês aceita se reunir com emissários do dalai-lama

"Espera-se que o dalai deixe de tramar para incitar a violência e de sabotar os Jogos Olímpicos", diz Pequim

Agências internacionais

O dalai-lama nega responsabilidade por revoltas e protestos que começaram em março

Efe/ arquivo

O dalai-lama nega responsabilidade por revoltas e protestos que começaram em março
PEQUIM - Membros do governo central chinês devem se reunir nos próximos dias com representante particular do dalai-lama, líder espiritual e político tibetano no exílio, informou a agência oficial de notícias Xinhua, que citou fontes oficiais que não quiseram se identificar.

"Em razão dos repetidos pedidos realizados pelo dalai-lama para retomar o diálogo, os departamentos pertinentes do governo central manterão um contato e consultas com o representante particular do dalai lama nos próximos dias", assinalou um funcionário. "A política do governo central em relação ao dalai lama foi coerente e a porta do diálogo permaneceu aberta", acrescentou a fonte citada pela Xinhua.

"Espera-se que através destes contatos e consultas, o dalai tome decisões críveis para frear as atividades destinadas a separar a China, que deixe de tramar para incitar a violência e de interromper e sabotar os Jogos Olímpicos de Pequim, o que criará condições para o diálogo", assinalou o funcionário.

A China acusa o dalai-lama de tentar a independência do Tibete e de ter incentivado os protestos de 14 de março, nos quais, segundo o governo, cerca de 20 civis morreram nas mãos de tibetanos violentos e, enquanto os ativistas tibetanos no exílio cifram em mais de 100 as vítimas da posterior repressão militar chinesa. O líder espiritual, exilado na Índia desde 1959, deixou nos últimos anos de pedir a independência do Tibete, e negou reiteradamente sua responsabilidade nas revoltas de março.



Genocídio cultural


Desde meados de março, quando eclodiram violentos protestos pró-independência na capital da região, Lhasa, países do ocidente têm demonstrado apoio à minoria tibetana, que liderada pelo dalai-lama acusa a China de cometer um “genocídio cultural”. A China, por sua vez, alega que o “bando do dalai-lama” orquestrou a série de protestos pró-Tibete para sabotar os Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto, e despedaçar a unidade nacional do país.

As autoridades estariam esperando o líder budista “parar de tramar e incitar violência e parar de sabotar os Jogos Olímpicos de Pequim, a fim de criar condições ao diálogo”, publicou a imprensa estatal.

Na quinta-feira, num prenúncio da decisão divulgada nesta sexta, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que a China vinha dando sinais de que estaria pronta para dialogar com o líder budista e defendeu a pressão exercida pela França sobre o país asiático. “É preciso dar mais autonomia à província do Tibete. Deixem as autoridades chinesas demonstrarem o mesmo pragmatismo que mostraram com Hong Kong” afirmou Sarkozy em entrevista à TV francesa.

Há cerca de duas semanas, fortes protestos pró-independência tibetana interromperam a passagem da tocha olímpica por Paris, dando início a uma onda de boicote e animosidades entre franceses e chineses.

Produtos e empresas francesas, como a rede de supermercado Carrefour, sofreram com boicote dos consumidores chineses, que se mobilizaram para contestar a liberdade que Paris deu aos tibetanos.

Durante um encontro na quinta-feira com o presidente do Senado da França, Christian Poncelet, em Pequim, o presidente Hu Jintao afirmou que o povo da China está sentido com as ações “inamistosas” dos franceses. “Esses eventos não são o que esperamos ver e eles machucam os sentimentos dos chineses”, afirmou Hu.


Pressão

Organizações não governamentais ocidentais têm pressionado políticos a se posicionarem contra a China em relação ao Tibete e ao desrespeito aos direitos humanos. A presidente do Congresso americano, a democrata Nancy Pelosi, se encontrou com o Dalai Lama em março, e os pré-candidatos à Presidência Hillary Clinton e Barack Obama criticaram abertamente a China.

Mas apesar de inúmeros políticos da Europa e dos Estados Unidos questionarem a política da China para o Tibete, ainda não houve confirmação de maiores rupturas diplomáticas. O presidente americano, George W. Bush, afirmou que comparecerá à abertura das Olimpíadas e o primeiro-ministro britânico Gordon Brown acompanhará o encerramento.


(Com BBC Brasil e Efe)

Aung San Suu Kyi recebe medalha do congresso americano


Líder opositora de Mianmar receberá Medalha de Ouro do Congresso dos EUA

Washington, 24 abr (EFE).- O Senado dos Estados Unidos concluiu hoje a aprovação de um projeto para conceder a Medalha de Ouro do Congresso, a maior dignidade civil do país, à líder opositora de Mianmar (antiga Birmânia), a Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

A líder Birmanesa encarna as esperanças dos budistas de Miyanmar de liberdade da cruel ditadura apoiada pelos chineses e que esmaga o povo da antiga Birmânia, além de perseguir os monges e religiosos budistas.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Qual a diferença do budismo zen para o zen cristão?


Uma diferença marcante na prática da meditação cristã e o zen é que na cristã (pelo menos em seu início) sempre há alguém aqui e o Senhor está em outro ponto, os cristãos invocam "Maranatha" (Vinde Senhor) assim não perdem a dualidade nem o eu. Indo mais longe, seria necessário , como S. João da Cruz, morrer para si mesmo, e assim, extinta a individualidade, não sermos mais nós quem vive , mas sim o Senhor que vive em nós, como falou S. Paulo,o apóstolo.
No caso de um praticante do zen a instrução seria: abandone tudo, e sente sem nenhum objetivo, não busque insights, tampouco a divindade, morra simplesmente para si mesmo e então a Mente se abrirá naturalmente.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Como o budismo trata as mulheres em termos clericais?

1) Nos tempos de Buda, foram admitidas as mulheres na ordem e ordenadas monjas, sendo pacífico não haver distinção entre mulheres e homens na capacidade de alcançar a iluminação. Embora seja fácil achar passagens sexistas em textos, a tese budista da igualdade dos seres não encoraja esta posição doutrinariamente.
ex:
"A primeira monja foi Prajāpati. Khemā era a monja com mais sabedoria. Entre as monjas com mais poderes sobrenaturais, Uppalavannā era a maior. Nas regras de disciplina, Patacāra era a maior. Dhammadinnā era a maior na exposição dos ensinamentos. Em poderes meditativos, Nandā Sāvikā era a maior. Sonā era a maior no esforço. Em clarividência, Sakulā era a maior. Bhaddā Kundalakesā foi a mais rápida a atingir a realização. Bhaddā Kapilāni era a maior na lembraça de vidas passadas. Nos grandes poderes sobrenaturais, Bhaddā Kaccāna era a maior. Entre as que atingiram o poder superior, Kisāgotamī era a maior. Sigālamāta era a maior em devoção." (Dharmanet)

2) Criou-se uma linhagem de ordenação feminina, sendo sua primeira matriarca a tia de Buda, sua mãe adotiva. Esta linhagem foi prosseguindo até o sec 13 quando a invasão muçulmana que praticamente extinguiu o budismo na Índia deixou a sucessão feminina interrompida. Não sobreviveram mulheres que pudessem prosseguir a linhagem. Muitas linhagens masculinas também se extinguiram com o tempo, mas sobreviveram suficientes para o prosseguimento do budismo de ordenação em linha contínua até Buda.

3) Dois comportamentos então sucederam: escolas que daí em diante só ordenaram homens nas linhagens masculinas, tais como as do sul da Ásia, ficando as mulheres sem esta possibilidade, e escolas que passaram a ordenar mulheres em linhagens e com mestres homens tal como sucede com o zen até hoje.

4) O motivo da predominância masculina no budismo deve ser encontrável nas mesmas origens do que sucede nas atividades humanas normais,.(composição musical, pintura, matemática, filosofia etc...) sendo que no momento presente, no ocidente já encontramos mais mulheres ensinando o zen e famosas como mestras do que homens.

terça-feira, 22 de abril de 2008

China protesta contra título ao Dalai Lama



A China reagiu com indignação ao título de cidadão honorário de Paris concedido ao Dalai Lama, enquanto isto a Tocha da Vergonha desfilou em estádio fechado em Jacarta, na Indonésia, tal o medo que há de que os protestos dos simpatizantes da causa tibetana ofusquem completamente o evento.

A China esperava que o revezamento da tocha pelo mundo fosse um símbolo de união na preparação para os Jogos de Pequim, mas a chama tornou-se um ímã para protestos anti-China. Em resposta, estudantes chineses no exterior também organizaram manifestações em defesa do país.

Os manifestantes em Jacarta, da Sociedade Indonésia pelo Tibet Livre, gritavam "Tibet Livre" e seguravam cartazes com os dizeres "Olimpíada e crimes contra a humanidade não podem coexistir".

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Paris elege Dalai Lama seu cidadão de honra


Para desgosto dos governantes da China o Dalai Lama foi indicado como cidadão de honra de Paris. Esta decisão apoiada por ambientalistas e socialistas como o prefeito Bertrand Delanoe não foi querida pelo partido de Nicolas Sarkozy nem pelos comunistas.

China e França tem tido problemas de relacionamento desde a reação popular francesa contra a tirania chinesa no Tibete, é sempre bom lembrar que , proporcionalmente, a França é o país mais budista do ocidente.

"O Dalai Lama é um homem de diálogo e de paz", disse Delanoe. "É dever de Paris, em nome dos valores universais, apoiá-lo."

Poeta português

José Régio


Sabedoria

Desde que tudo me cansa,
Comecei eu a viver.
Comecei a viver sem esperança...
E venha a morte quando Deus quiser.
Dantes, ou muito ou pouco,
Sempre esperara:
Às vezes, tanto, que o meu sonho louco
Voava das estrelas à mais rara;
Outras, tão pouco,
Que ninguém mais com tal se conformara.
Hoje, é que nada espero.
Para quê, esperar?
Sei que já nada é meu senão se o não tiver; Se quero, é só enquanto apenas quero; Só de longe, e secreto, é que inda posso amar. . .
E venha a morte quando Deus quiser.
Mas, com isto, que têm as estrelas?
Continuam brilhando, altas e belas.

domingo, 20 de abril de 2008

Tibete Livre na ponte Hercílio Luz em Florianópolis


Grupo protesta contra China na ponte Hercílio Luz

Seis amigos colocaram uma faixa no símbolo da Capital durante a madrugada

Uma faixa de protesto contra a política da China em relação ao Tibete foi afixada na Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, na madrugada deste sábado e ficou visível pelo menos até o meio-dia. Nela, é possível ler Free Tibet (Tibete Livre, em inglês).


Fonte: Diário Catarinense

A questão de Upasiva sobre o existir do iluminado


Nas "questões de Upasiva" Buda responde de forma a deixar claro que a questão de extinção cármica coloca o ser além da possibilidade da declaração de existir e não existir. Na interpretação corrente no zen a identidade própria não tem mais sustentação, porém esta extinção do "eu" e dos impulsos cármicos não significa um "nada" ou um não existir:

Upasiva:

Aquele que alcançou o fim:
ele não existe, ou ele é eterno,
livre da aflição?
Por favor, sábio, explique isso para mim
pois esse fenômeno é do seu conhecimento.

O Buda:

Aquele que alcançou o fim
não existe um critério
pelo qual alguém possa assim dizer -
para ele isso não existe. (ou "ele existe" ou "não existe")
Quando todos os fenômenos são eliminados,
todos os meios de linguagem também são eliminados.

sábado, 19 de abril de 2008

Carta do Rev.Prof.Dr. Ricardo M. Gonçalves


Furiosos com os veementes protestos contra a opressão sofrida pelos tibetanos que ocorreram em París quando da passagem da Tocha Olímpica (A Tocha da Vergonha, como dizem os franceses), os chineses organizam agora grandes manifestações de rua contra a França e os franceses.
Vemos multidões de jovens desfilando pelas ruas com bandeiras chinesas, possivelmente estudantes mobilizados para esse fim, sob as vistas grossas da polícia loca, berrando slogans contra a França Bandeiras francesas têm sido queimadas.
Multidões se concentram diante das filiais chinesas da rede de supermercados Carrefour exigindo o boicote da população ao mesmo. O Carrefour é acusado de apoiar a causa dos "rebeldes" tibetanos contra o governo chinês. Seria até cómico, se por traz disso não tivéssemos a dolorosa tragédia de um povo massacrado e oprimido que clamam por sua libertação. Liberdade para o Tibete!
Boicote às Olimpíadas da Infâmia!

Gasshô,

Shaku Riman

Vídeos de quem sabe que manifestar-se move o mundo...

Richard Gere, Harrison Ford, Julia Roberts, Sting, Adam Yauch, Alanis Morissette and others
Richard Gere
San Francisco, 08 April

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Monges japoneses recusam tocha olímpica por apoio aos perseguidos do Tibete


Templo Zenkoji estava originalmente previsto para ser o ponto de partida da tocha no país asiático, monges residentes pertencem as escolas Tendai e Jodo Shu.

Agência Estado com Associated Press

TÓQUIO - O principal templo budista japonês não quer hospedar a tocha olímpica, segundo informou nesta sexta-feira, 18, a agência de notícias Kyodo. Conforme a reportagem, o Templo Zenkoji desistiu dos planos de abrigar o fogo simbólico, em meio a especulações de que no local vivem monges que simpatizam com a causa tibetana e apóiam os protestos contra o governo chinês.

O Templo Zenkoji, localizado na montanhosa região de Nagano, estava originalmente previsto para ser o ponto de partida da tocha no país asiático.

Sob fortes medidas de segurança, a tocha olímpica chegou nesta quinta-feira a Bangcoc, capital da Tailândia, por onde passará no próximo sábado.

As autoridades locais esperam que o percurso seja pacífico e sem incidentes pelos protestos contra a política da China no Tibete. Em Nova Délhi, última escala da chama, 60 ativistas tibetanos foram detidos em diversas manifestações.

Oitenta personalidades do país passearão no sábado pelo centro de Bangcoc com o fogo, que estará protegido por milhares de policiais e soldados.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Nova Delhi


Protestos na Índia durante a passagem da tocha olímpica. Em Nova Delhi continua a tortura moral para a ditadura opressora da China, a invasora do Tibete.

E aqui os verdadeiros budistas mostram sua face


Times of India
April 14, 2008

NEW DELHI (IANS) - As the Beijing Olympics torch relay takes place in the capital on Thursday, protesting Tibetans will run a parallel torch relay for a “free Tibet” on the other side of the city at the same time.

To be run from Rajghat to the Jantar Mantar observatory, the Tibetan torch relay will have an estimated participation of nearly 5,000 people, its organisers claim.

Tseten Norbu, of the Tibetan Solidarity Committee (TSC) that is organizing the relay and other anti-China protests, said that the “other torch relay” will be run to protest “Chinese atrocities in Tibet”.

“Nearly 5,000 people, both Indians and Tibetans, will take part in the Tibetan torch relay to protest against the Chinese atrocities in Tibet and to protest against the Beijing Olympics torch relay here,” Norbu said.

“Among the Indians, well known writer Arundhati Roy (winner of the Booker prize) and politician George Fernandes (former defence minister and socialist leader) will take part in the relay,” he added.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Como sentar em zazen?


1) Concentre-se na respiração como forma de manter-se focado no momento presente. Com o tempo a respiração será apenas natural, profunda e de longas expirações, mas você não estará mais focado nela. Isto leva alguns minutos somente. No zazen não há concentração em coisa alguma, em nada especial, trata-se de apenas estar ali sem objetivo algum. Os pensamentos surgem e passam, não os seguimos nem fazemos considerações sobre eles.

2) O movimento abdominal decorre de uma profunda respiração relaxada, o oposto dela é elevar as clavículas quando se inspira, típico da respiração sob tensão e ansiedade. É somente efeito do uso correto do diafragma, observe um bebê respirando, ele o faz naturalmente.

3) Fazendo tudo corretamente, em especial mantendo uma postura correta com o cóccix (osso final da coluna) projetado para trás surgirá um foco de energia uns dois dedos abaixo do umbigo, pode-se obter mais energia centrando-se neste ponto, é o chamado "tandem". Porém, normalmente, isto demora algum tempo para ser desenvolvido. O efeito é estabilizador da mente e do corpo.

Todas estas técnicas são úteis mas são naturalmente obtidas com a prática e as correções de um professor, sem este auxílio é muito raro que se medite corretamente. Por esta razão recomendo que procure um bom centro de prática e treine com um professor habilitado, mesmo que demande viagens periódicas, este contato é essencial.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Enquanto isto em Miyanmar...

Representação em dança de Kannon Bodisatva, a imagem da compaixão, que suas mãos inumeráveis se desdobrem para ajudar tantos que sofrem que é difícil lembrar sempre.

Miyanmar:

Após a revolta dos monges, junta militar de Mianmar subjuga seu povo e o mundo
Seis meses após o levante liderado pelos monges, o governo militar de Mianmar está despreocupado enquanto a China e o Ocidente divergem sobre como promover a mudança

Amy Kazmin e Richard McGregor

Após reprimir violentamente as marchas antigoverno do ano passado, os generais que governam Mianmar (ex-Birmânia) estão caçando um novo inimigo na dilapidada cidade de Yangun, voltando suas atenções para os ambulantes que vendem DVDs piratas. O objeto de ódio da junta é o recente filme "Rambo IV", no qual o veterano do Vietnã interpretado por Sylvester Stallone enfrenta os soldados birmaneses para salvar missionários presos por auxiliarem as minorias étnicas perseguidas.

Além de confiscar cada cópia que encontra, a junta pressionou os jornais privados birmaneses a publicarem artigos ridicularizando Rambo por estar "tão gordo, com músculos flácidos" e parecer "um lunático" durante as lutas.

Mas fora um filme de ação de Hollywood, nada mais está incomodando os generais de Mianmar no momento. Há seis meses, sua repressão à "revolução açafrão", liderada pelos monges budistas, provocou repúdio internacional e um clamor por pressão por mudança do regime. Hoje, a tempestade de críticas passou. A junta, tão firme no poder como sempre, rechaçou a pressão, deixando claro que pretende prosseguir com seus próprios planos para o futuro de Mianmar, com ou sem aprovação do Ocidente ou da ONU.

artigo completo vc lê aqui:http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/fintimes/2008/03/27/ult579u2419.jhtm

domingo, 13 de abril de 2008

Trilhas em Florianópolis


Participantes da Sangha Zen de Florianópolis aproveitam os privilégios de sua ilha e fazem trilhas de confraternização através das matas chegando à praias maravilhosas.

sábado, 12 de abril de 2008

"Comitê Brasileiro de Apoio ao Tibet"

O site do "Comitê Brasileiro de Apoio ao Tibet" - www.brasiltibet.org.br - pede encarecidamente que participemos de sua campanha assinando a petição:


"Carta pela Libertação e o Fim da Violência no Tibete" . Precisamos aumentar muito o número de adesões, para dar melhor respaldo e encorajamento da cidadania universal a uma possível, eventual ação perante o Tribunal Internacional de Justiça, Haia, Holanda, de parte do Governo Tibetano, pela "reintegração de posse e desocupação dos chineses". Por enquanto a Carta só está começando a colher assinaturas...

Prof. Ricardo Sasaki mostra a estreiteza de Aldo Pereira


Prof. Sasaki escreveu em seu blog:

"O artigo desse senhor na Folha Online é de tamanha estreiteza que me pareceu merecer ter seu nome colocado no próprio título dessa entrada. Notem, não sou contrário a artigos bem escritos que até defendam a China, mas por favor, usem de argumentos pelo menos utilizáveis para uma discussão séria. Seu artigo chamado "Brumas do Tibete" começa com a chamada "Quem apóia a campanha do dalai-lama deveria, primeiro, perguntar se eventual restauração instituiria direitos humanos no Tibete".

Íntegra do artigo do Prof Sasaki aqui:

http://folhasnocaminho.blogspot.com/2008/04/aldo-pereira-e-o-tibet.html

e o prodígio de tolices aqui:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1004200808.htm

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Se sou impotente para mudar uma situação, o que fazer?

É bom verificar se você não pode fazer algo como denunciar o que está sucedendo. Raiva e tristeza são sentimentos de envolvimento que em absoluto não ajudam, somente trazem para você parte das consequências do que sucede, melhor fazer algo e usar esta energia de sentimentos para mudar as coisas. Imparcialidade é uma virtude dos que não estão envolvidos emocionalmente, mas só os seres iluminados conseguem tão grande distanciamento emocional.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Tibete: a mostra de força das organizações civis mundiais

Protestos pró-Tibete mostram força das organizações civis mundiais

Fonte: Folha Online

As manifestações espontâneas contra Pequim, que ofuscaram a passagem da tocha olímpica por várias cidades, ilustram a crescente capacidade de pressão dos exilados tibetanos, que apostaram no apoio da sociedade civil à sua causa.

A luta pró-Tibete conseguiu se infiltrar em diferentes níveis, em escolas, universidades, grupos de defesa dos direitos humanos e da liberdade de imprensa, assim como no coração do poder, em setores ricos e celebridades de Hollywood, como o combativo ator Richard Gere.

Segundo especialistas, obter o apoio de movimentos poderosos da sociedade civil é encarado como o maior êxito na luta contra a dominação chinesa no Tibete.

"Isso mostra o poder dos movimentos internacionais da sociedade civil, que a China não levou em conta quando se apresentou para os Jogos Olímpicos", comentou Malik Mohan, especialista do Asia-Pacific Center for Security Studies.

"O fato de que a chama olímpica tenha sido ofuscada é uma vitória importante para os movimentos de protesto e uma grande humilhação para as autoridades chinesas", indicou.

Os exilados tibetanos formam uma pequena comunidade, calculada em 200 mil pessoas, principalmente no Nepal e na Índia, onde vive o dalai-lama, chefe espiritual dos budistas tibetanos.

Redes Internacionais

Mas muitos deles estão envolvidos com redes internacionais que fazem pressão por uma autonomia real e, inclusive, a independência do Tibete.

Entre estes movimentos figuram a organização Students for Free Tibet Campaign, com sede em Nova York, que reúne estudantes e dispõe de mais de 650 seções em mais de 20 países, e o International Support Network, que dirige 250 grupos em todo o mundo.

A organização de defesa dos direitos humanos International Campaign for Tibet (ICT), com sede em Washington, mas com escritórios em Bruxelas, Amsterdã e Berlim, é vista como a força motriz da ofensiva diplomática do dalai-lama.

"Temos sido suficientemente eficientes para atrair um apoio crescente entre o público americano, assim como no Congresso e no governo, que são todos os simpatizantes de nossa causa", afirmou Bhuchung Tsering, vice-presidente do ICT.

Dalai-lama

O dalai-lama, por um tempo evitado pela Casa Branca e o Departamento de Estado, é hoje recebido de braços abertos nos Estados Unidos, onde, no ano passado, recebeu a medalha do Congresso, a mais alta distinção civil concedida pelo Poder Legislativo.

Apesar dos veementes protestos da China, o presidente George W. Bush participou de uma cerimônia que constituiu a primeira aparição pública de um presidente americano ao lado do dalai-lama.

"A pressão pró-Tibete percorreu um longo caminho. Isso não se consegue em uma noite", explicou T.Kumar, diretor do setor Ásia-Pacífico da Anistia Internacional.

A seu ver, a repressão dos manifestantes no Tibete e nas províncias vizinhas foi o que levou os exilados tibetanos a ter um papel primordial na campanha internacional que denuncia o "triste balanço" de Pequim em termos de direitos humanos.

China

A China condenou as interrupções no revezamento da tocha olímpica em Londres e Paris nesta segunda-feira e disse que os protestos foram realizados pelos separatistas tibetanos.

"Expressamos nossa forte condenação à interrupção deliberada do revezamento da tocha olímpica por forças separatistas em favor da "independência do Tibete", ignorando o espírito olímpico e as leis de Reino Unido e França", afirmou em comunicado a porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, Jiang Yu.

"Seus atos desprezíveis sujam o nobre espírito olímpico e são um desafio para todas as pessoas do mundo que amam os Jogos Olímpicos", acrescentou a porta-voz.

Ressaltou que a China está convencida de que ninguém pode impedir o espírito olímpico e o conceito de "paz, amizade e progresso" que a tocha olímpica representa.

A passagem da tocha olímpica por Londres e Paris nos dias 6 e 7 ficou ofuscada pelas manifestações contra do regime chinês e, especialmente, em favor do povo tibetano.

Chávez apóia China na causa do Tibete

Chávez apóia China na causa do Tibete e dá suporte à Olimpíada


da Ansa

O governo da Venezuela emitiu nesta terça-feira um comunicado de apoio à China e aos Jogos Olímpicos de Pequim, diante daquilo que qualificou como uma "incessante e sistemática campanha de infâmias" promovidas pelos Estados Unidos em relação do conflito com o Tibete.

"A manipulação midiática ao redor das manifestações de grupos violentos na região autônoma do Tibete é um ingrediente da fórmula que os laboratórios de guerra psicológica norte-americanos aplicam permanentemente para desestabilizar os países que não se curvam facilmente às ordens do império", disse a chancelaria venezuelana em uma nota.

O governo do país acusa a comunidade internacional de aplicar essa campanha justamente quando "o povo e o governo da China se preparam para abrigar a Olimpíada melhor organizada da história moderna".

Segundo o comunicado, a situação ressalta a "mesquinhez com a qual setores da elite norte-americana se recusam a aceitar que países como a República Popular da China alcancem níveis admiráveis de desenvolvimento seguindo seus próprios modelos e sendo fiéis a suas particularidades culturais".

"Junto ao povo venezuelano, o governo bolivariano da Venezuela aguarda com impaciência a inauguração deste evento universal, em que prevalecerá, sem dúvida nenhuma, a amizade e a harmonia entre os povos", conclui a nota.

A delegação enviada pelo país sul-americano será a maior em toda a história de sua participação nos Jogos Olímpicos.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Hanamatsuri


Festa do nascimento de Buda agita ruas da Liberdade
Comemoração começou na segunda (7) e vai até sábado (12), no Centro de SP.
Altar com uma estátua de Buda, ainda criança, foi montado na Praça da Liberdade.

As ruas do bairro da Liberdade, no Centro de São Paulo, comemoram até sábado (12) o Hana Matsuri, como é chamada em japonês a festa pelo nascimento de Buda. Conhecida também com Festa das Flores, a celebração acontece desde segunda-feira (7) das 10h, às 16h.

Um altar com uma estátua de Buda, ainda criança, foi montado na Praça da Liberdade. Diz a lenda que, quando Buda nasceu, uma chuva de néctar caiu sobre ele. No costume oriental, as pessoas derramam três porções de chá adocicado na imagem, para imitar o que teria sido um gesto da natureza. Os visitantes também fazem pedidos e orações.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Coi adverte China, pressão começa a dar resultados

Tocha Olímpica: COI adverte e China replica

Comitê pediu "uma solução rápida e pacífica no Tibete"

Consternado com os protestos em Londres e Paris durante o revezamento da Tocha Olímpica, o Comitê Olímpico Internacional (COI) afirmou nesta segunda-feira em Pequim que está "muito preocupado" com a situação do Tibete, na sua primeira audiência pública na China, quatro antes do início dos Jogos de 2008.

— O revezamento da tocha se tornou o alvo das manifestações — disse hoje Jacques Rogge, em uma reunião em Pequim com representantes da Associação de Comitês Olímpicos Nacionais (ANOC).

— O COI expressou ter preocupação séria e pede uma solução rápida e pacífica no Tibete. A violência, pela razão que for, não é compatível com os valores da tocha e dos Jogos Olímpicos — acrescentou Rogge.

Analistas internacionais interpretaram as palavras de Rogge como um claro pedido para que a China reconsidere a passagem da tocha, nos dias 20 e 21 de junho, por Lhasa, capital do Tibete, onde aconteceram os maiores protestos contra a política de direitos humanos da China.

— O revezamento da tocha é um evento desportivo e não deve ser politizado. Creio que sobre este tema Rogge possui a mesma opinião — respondeu imediatamente, em uma coletiva de imprensa, Wang Hui, responsável pela comunicação do Comitê Organizador dos Jogos (BOCOG).

Pequim deu hoje o primeiro sinal de flexibilidade quando o telejornal da TV oficial, CCTV1, transmitiu pela primeira vez cenas dos protestos de Londres e Paris durante a passagem da tocha.

...................
A ANOC acredita que haveria uma solução pacífica aos protestos do Tibete, no entanto alguns dos sés membros estavam transtornados pela ratificação da China de que a tocha passará por Lhasa, onde os protestos teriam provocado 150 mortes e milhares de detenções.

— Se a cada passagem da tocha houver esses problemas seria uma vergonha para os valores olímpicos e o COI poderia se ver diante de um problema monstruoso — admitiu hoje, em Oslo, Tove Paule, presidente do Comitê Olímpico da Noruega.

— Não se pode permanecer insensível diante do que está ocorrendo na China, os Comitês europeus esperam que o COI se pronuncie — expressou por sua o titular do Comitê Olímpico Italiano (CONI), Gianni Petrucci.
Fonte: Diário Catarinense

segunda-feira, 7 de abril de 2008

As algemas olímpicas na Tour Eiffel

Manifestantes pró Tibete conseguem colocar o símbolo da opressão chinesa nas olimpíadas, os anéis olímpicos transformados em algemas, no primeiro andar da Torre Eiffel em Paris.

Tocha olímpica apagada em Paris, para lembrar o Tibete oprimido

Tocha apagada é recolhida.

Manifestantes apagam tocha olímpica durante trajeto em Paris

Passagem pela capital francesa é interrompida; pelo menos quatro são presos por tumultos


PARIS - A tocha olímpica dos Jogos de Pequim 2008 foi apagada nesta segunda-feira, 7, por manifestantes pró-Tibete durante a sua passagem por Paris, poucos minutos após o início do trajeto na capital francesa. Segundo a agência France Presse, quatro pessoas foram detidas. A tocha foi levada para um ônibus por forças de segurança.

Pelo menos 500 pessoas protestaram contra a dominação chinesa no Tibete na frente da torre Eiffel, ponto marcado para o início do desfile da tocha. Os manifestantes carregavam faixas pedindo pela libertação do país ocupado há quase 50 anos e pela defesa dos direitos humanos no mundo.

Fonte: G1

domingo, 6 de abril de 2008

Protestos em Londres marcam a passagem da tocha olímpica


Leia aqui http://www.estadao.com.br/esportes/not_esp152076,0.htm

e veja o link para as fotos dos protestos dos ativistas pela causa tibetana.


O ensinamento pacifista de Buddha


Michel Cunha produziu e colocou no youtube um novo vídeo que esclarece enganos históricos e dirime dúvidas que tem sido divulgadas por pessoas que apressadamente concluem que o budismo, em particular o zen, é o responsável por aspectos culturais imperialistas, militaristas e conquistadores do Japão na II Guerra.
Trata-se de uma tolice semelhante a concluir que, sendo a Alemanha nazista um país cristão, suas condutas similares as japonesas na II Guerra, fossem originárias dos ensinamentos de Cristo. Nada mais longe da verdade em ambos os casos. Mesmo que nos dois países os clérigos hajam em sua maioria apoiado seus governos, isto é um mero erro de homens e nunca uma consequência das palavras de Buddha ou de Jesus Cristo.

Vídeo disponível aqui: 2º O Zen Budismo e a NÃO violência (http://br.youtube.com/watch?v=CD_Jv5qo3FM)

sábado, 5 de abril de 2008

Avaaz consegue 1,5 milhão de assinaturas

Amig@s,

Segunda-feira passada pessoas do mundo inteiro participaram de eventos pró-Tibete levando consigo nossa petição de 1.5 milhões de assinaturas. Clique aqui para ver as fotos e pedir para seu governo defender o Tibete:

Veja as fotos e mobilize-se!




Segunda-feira passada milhares de pessoas em 84 cidades do mundo inteiro se manifestaram pelo Tibete e entregaram nossa petição de 1.5 milhões de assinaturas em embaixadas e consulados chineses. (Clique abaixo para ver as fotos). A equipe da Avaaz entregou a petição diretamente aos diplomatas chineses em Londres e Nova York, pedindo para eles resolverem a situação com urgência.

A pressão global sobre a China está surtindo efeito, porém seus próximos passos continuam uma incógnita. Eles estão, ao mesmo tempo, considerando a possibilidade do diálogo com o Dalai Lama e buscando apoio para a repressão. Um a um presidentes e chefes de estado estão se posicionando a favor do diálogo ou da repressão. Estamos agora buscando o apoio dos nossos governantes - clique no link para enviar uma mensagem automática ao seu presidente pedindo apoio ao diálogo – aproveite para ver as lindas fotos das manifestações de segunda-feira:

http://www.avaaz.org/po/tibet_report_back/20.php/?cl=71289669

Juntos, contribuímos para um movimento global pelo Tibete. A petição da Avaaz cresceu mais rapidamente que qualquer outra petição on-line, ganhando mais de 100.000 assinaturas por dia desde que ela foi lançada dia 18 de março. Os políticos entendem bem o poder da mobilização das massas e o perigo de ignorar a voz da sociedade civil. Por isso precisamos demonstrar que eles só tem a ganhar se ouvirem nosso apelo e apoiarem o Tibete. Mobilize-se agora:

http://www.avaaz.org/po/tibet_report_back/20.php/?cl=71289669

Temos o privilegio de viver numa época em que qualquer pessoa pode levantar sua voz em apoio a outra, em qualquer parte do globo. Se nós temos o poder de melhorar as coisas, temos também a responsabilidade de agir. Muito obrigado a cada um dos membros da Avaaz que juntos somaram 1.5 milhões de vozes pelo Tibete. Nós dá esperança saber que todos vocês são parte da solução, e não do problema, na construção de mundo mais justo.

Com esperança,

Ben, Ricken, Graziela, Galit, Paul, Iain, Pascal e toda a equipe da Avaaz

PS. Se você tem amigos que ainda não assinaram a petição fale para eles do trabalho da Avaaz, da importância da situação no Tibete e envie o link da campanha: http://www.avaaz.org/po/tibet_end_the_violence/?cl=71289669

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Fidel Castro apóia China contra o Tibete



a.. Agência ANSA
Terça-feira, 01/04/2008 - 23:36

Havana - Fidel Castro manifestou hoje seu apoio ao governo chinês no conflito do Tibete, criticou os elogios de Washington ao Dalai Lama, e advertiu que há campanhas montadas para "obscurecer o merecido êxito" de Pequim como organizador dos Jogos Olímpicos.

Na segunda parte de mais uma de suas "Reflexões do companheiro Fidel" -- artigos dedicados a uma "batalha de idéias" -- Fidel lembrou que Cuba "emitiu uma declaração categórica de apoio à China quanto à campanha contra ela, vinculada ao Tibete".

"Foi correta essa posição. A China respeita o direito dos cidadãos a crer ou não crer. Há, nesse país, grupos de fiéis muçulmanos, cristãos católicos e não católicos e de outras crenças, e dezenas de minorias étnicas, cujos direitos estão garantidos em sua Constituição", escreveu.

Fidel se afastou de seus cargos de presidente do Conselho de Estado e de Comandante-em-

chefe devido a problemas de saúde, mas participa das decisões mais importantes do governo dirigido pelo presidente Raúl Castro, seu irmão.

"A campanha orquestrada contra a China é como um toque de clarim chamando à degola para obscurecer o merecido êxito do país e seu povo como anfitriões dos próximos Jogos Olímpicos", escreveu.

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link; http://www.jornaldamidia.com.br/noticias/2008/04/01/Mundo/Fidel_Castro_apoia_governo_chines.shtml

O Zen, alicerce da ética e da disciplina

Carta do Rev. Prof. Dr. Ricardo Mário Gonçalves, Decano do Colegiado Buddhista Brasileiro:

Caros Amigos,
Está nas bancas o primeiro de uma série de três números da Revista "História Viva" (Publicação da Editora Duetto) dedicada à comemoração do Centenário da Imigração Japnesa, intitulada: "Japão - 500 anos de história, 100 anos de imigração". Esse primeiro número, intitulado "O Passado Feudal", trata do Japão tradcional e de sua cultura. Colaboro nessa revista com um pequeno artigo intitulado "O Zen, alicerce da ética e da disciplina", um resumo de meu livro "A Ética Budista e o Espírito Econômico do Japão" (Editora Elevação, 2007).O próximo número tratará das mudanças que, a partir da Era Meiji, transformaram o país numa potência econômica.O terceiro número abordará a saga dos imigrantes japoneses no Brasil.
Cordialmente,
Ricardo Mário Gonçalves
Historiador

quinta-feira, 3 de abril de 2008

quarta-feira, 2 de abril de 2008

De onde vem a tradição de engajamento dos budistas?

De onde vem a tradição de engajamento dos budistas?

Matthew Weiner*
Em Nova York


Os ocidentais tendem a pensar no budismo como uma religião passiva, focada na meditação silenciosa e no crescimento espiritual pessoal. A imagem de Buda sentado com um sorriso resume-a.

Então, apesar de o Ocidente estar familiarizado com conflitos e ativismo em outras religiões, a "revolução açafrão" em Mianmar e a "revolta em alta altitude" no Tibete surpreenderam muitos.

De fato, há uma tradição saudável de ativismo budista. Freqüentemente chamada de "budismo engajado", expressão cunhada pelo monge zen budista vietnamita Thich Nhant Hanh, ela estimula uma crítica budista das estruturas governamentais e econômicas, além de esforços para aliviar o sofrimento social.



No Sri Lanka, o movimento Sarvodaya atua em mais de 1.000 aldeias em programas para dar poder aos pobres. Maha Ghosanand, monge budista cambojano reverenciado, liderou milhares de pessoas em passeatas pacíficas pelos "campos de morte", buscando reconciliação com o Khmer Vermelho. O próprio Nhant Hanh pediu que o Norte e o Sul do Vietnã parassem o derramamento de sangue.

Na Tailândia, o "monge da floresta" Prachak "ordenou" as árvores da floresta, embrulhando-
as com vestes de monges para salvá-las das madeireiras. O movimento Tzu-Chi do Taiwan tem milhares de voluntários que respondem a desastres naturais ou provocados pelo homem.

O reverendo Nagaki, da Igreja Budista de Nova York, faz uma missa anual pelo aniversário de Hiroshima. Depois de 11 de setembro, ele lembrou o uso dos campos de internação americanos na Segunda Guerra Mundial e pediu a todos os budistas que ajudassem os cidadãos muçulmanos. Nagaki gosta de mostrar uma imagem de Buda em pé.

Ele diz que o budismo envolve ter uma mente tranqüila, mas isso não quer dizer ficar apenas sentado.

Ativistas budistas citam as escrituras para argumentar que estão simplesmente seguindo o que Buda ensinou. Em uma delas, Buda confronta um assassino que está em vias de matar sua mãe; em outra, ele pára uma guerra entre duas tribos.

O terceiro exemplo é a idéia do Bodhisattwa: um ser que trabalha incansavelmente para salvar outros seres do sofrimento.

Uma fonte do engano ocidental em relação ao budismo é nosso fascínio com a meditação. Apesar de a meditação ser crítica ao budismo, como a prece é para o cristianismo, o judaísmo, e o islamismo, ela não exclui a ação, como a prece tampouco.

De fato, o foco do budismo na meditação enfatiza um estado da mente que pode levar a um tipo particular de ativismo -a meditação andando e a resistência não violenta- como demonstrado por Maha Ghosadanda no Camboja ou pelos monges em Mianmar.

Os enganos continuam com a expressão "monge budista". "Monge" é um termo cristão para ascetas religiosos que geralmente praticam sua fé em isolamento. A palavra vem do grego "monos", "sozinho".

No entanto, "bikkhu", o termo budista para monge, é traduzido literalmente como "mendigo".

Os "bikkhus" devem ensinar e guiar a comunidade laica e mendigar por seu alimento. Desde sua introdução na prática budista, o "bikkhus" tiveram um relacionamento profundamente recíproco com o mundo laico -inclusive o governo- como professores e modelos espirituais. Eles sempre foram ativos no mundo.

Outra noção que não se sustenta em uma análise da história é que todos os budistas ativos são pacifistas; de fato, há aqueles que argumentam que nunca houve uma guerra budista. Mas há também exemplos tristes na história, de participação budista na opressão do governo e violência.

Ainda assim, é pelo ativismo pacífico que os monges budistas são conhecidos e mais respeitados. Que eles tenham se oposto à injustiça em Mianmar e no Tibete não deve ser uma surpresa. Que eles não responderam a violência com violência deve ser elogiado.

*Matthew Weiner é diretor de programas do Centro Inter-religioso de Nova York.

Tradução: Deborah Weinberg

Sempre em cima do muro...

Brasília - Sem sair do muro em relação às questões que envolvem a China, o Governo brasileiro, através do Itamarati, divulgou nota em que “deplora os acontecimentos na Região Autônoma do Tibete, que acarretaram a perda de vidas humanas”. Diz mais: “Ao recordar seu tradicional apoio à integridade territorial da República Popular da China, o Governo brasileiro manifesta a firme expectativa de que se exerça autocontenção, de modo a possibilitar uma solução duradoura que favoreça a paz e o entendimento na Região Autônoma do Tibete, com respeito às diferenças culturais e religiosas”. Como se sabe, a China vem reprimindo de forma violenta os protestos dos tibetanos que não aceitam o domínio chinês no País, a exemplo do que acontece com Taiwan, cuja independência a China também se recusa a aceitar.
(Reuters)

terça-feira, 1 de abril de 2008

Uma tradição milenar em perigo de desaparecer

Artigo de Gabriel Jaeger (Monge Ngawang Tenphel) no site
www.montanhadourada.org

http://www.montanhadourada.org/2008/03/tibete-uma-
tradio-nica-e-milenar-em.html

Ngawang Tenphel é monge da escola Niyngma e atualmente estuda na Índia.

"Não sejas demasiado justo"

RUBEM ALVES

"Não sejas demasiado justo"

Essa encruzilhada simples entre o certo e o errado, entre o lado da vida e o da morte, só acontece nos textos de lógica
ERA UM DEBATE sobre o aborto na TV. A questão não era "ser a favor"ou "contra o aborto". O que se buscava eram diretrizes éticas para se pensar sobre o assunto.
Será que existe um princípio ético absoluto que proíba todos os tipos de aborto? Ou será que o aborto não pode ser pensado "em geral", tendo de ser pensado "caso a caso"? Por exemplo: um feto sem cérebro. É certo que ele morrerá ao nascer. Esse não seria um caso para se permitir o aborto, para poupar a mulher do sofrimento de gerar uma coisa morta por nove meses?
Um dos debatedores era um teólogo católico. Como se sabe, a ética católica é a ética dos absolutos. Ela não discrimina abortos. Todos os abortos são iguais. Todos os abortos são assassinatos.
Terminando o debate, o teólogo concluiu com esta afirmação: "Nós ficamos com a vida!"
O mais contundente nessa afirmação está não naquilo que ela diz claramente, mas naquilo que ela diz sem dizer: "Nós ficamos com a vida. Os outros, que não concordam conosco, ficam com a morte..."
Mas eu não concordo com a posição teológica da igreja -sou favorável, por razões de amor, ao aborto de um feto sem cérebro- e sustento que o princípio ético supremo é a reverência pela vida.
Lembrei-me do filme a "Escolha de Sofia". Sofia, mãe com seus dois filhos, numa estação ferroviária da Alemanha nazista. Um trem aguardava aqueles que nele seriam embarcados para a morte nas câmaras de gás. O guarda que fazia a separação olha para Sofia e lhe diz: "Apenas um filho irá com você. O outro embarcará nesse trem..." E apontou para o trem da morte.
Já me imaginei vivendo essa situação: meus dois filhos -como os amo-, eu os seguro pela mão, seus olhos nos meus. A alternativa à minha frente é: ou morre um ou morrem os dois. Tenho de tomar a decisão. Se eu me recusasse a decidir pela morte de um, alegando que eu fico com a vida, os dois seriam embarcados no trem da morte... Qual deles escolherei para morrer? Acho que a ética do teólogo católico não ajudaria Sofia.
Você é médico, diretor de uma UTI que, naquele momento, está lotada, todos os leitos tomados, todos os recursos esgotados. Chega um acidentado grave que deve ser socorrido imediatamente para não morrer. Para aceitá-lo, um paciente deverá ser desligado das máquinas que o mantém vivo. Qual seria a sua decisão? Qual princípio ético o ajudaria na sua decisão? Qualquer que fosse a sua decisão, por causa dela uma pessoa morreria.
Lembro-me do incêndio do edifício Joelma. Na janela de um andar alto, via-se uma pessoa presa entre as chamas que se aproximavam e o vazio à sua frente. Em poucos minutos as chamas a transformariam numa fogueira. Para ela, o que significa dizer "eu fico com a vida"? Ela ficou com a vida: lançou-se para a morte.
Ah! Como seria simples se as situações da vida pudessem ser assim colocadas com tanta simplicidade: de um lado a vida e do outro a morte. Se assim fosse, seria fácil optar pela vida. Mas essa encruzilhada simples entre o certo e o errado só acontece nos textos de lógica. O escritor sagrado tinha consciência das armadilhas da justiça em excesso e escreveu: "Não sejas demasiado justo porque te destruirás a ti mesmo..."