sexta-feira, 20 de junho de 2008

Impermanência


Saikawa Roshi trabalha na cozinha do Templo Busshinji. (Foto Seigen)

“É precisamente por serem impermanentes todas as formações que nasceu essa menina. É por serem impermanentes todas as formações que ela pode crescer. É por ser tudo impermanente que existe o encontro com a pessoa amada. É por ser tudo impermanente que brigamos e que temos um bom relacionamento. É por ser tudo impermanente que as flores e a vegetação florescem na primavera. É belo quando uma flor desabrocha e também é belo quando ela murcha. E mais do que qualquer outra coisa não é a mente que sente a impermanência a própria impermanência? Não é assim que você estava até agora? ...................... Ao esquecer o tópico anterior e sem prestar nenhuma atenção nisso pensa e deixa de pensar sem saber de onde surgem esses pensamentos. Assim sendo, comparado com isso não está aquela menina cheia de vida? Não é ela perfeitamente livre?”

“É assim na verdade. Por acaso não surge e desaparece sem conhecer repouso?”

“Assim sendo, não é a impermanência de todas as formações um sinônimo de estar vivo? Não será por acaso um sinônimo da liberdade? Quem pode dizer que não é um sinônimo da luz e da alegria? Quem sabe se não se trata de um sinônimo de estar perfeitamente liberado desde o início?”

Trecho de texto de Saikawa Roshi, tradução do Rev. Joaquim Monteiro do original japonês.