segunda-feira, 25 de agosto de 2008

No Brasil, monges de Mianmar pedem sanções contra a ditadura em seu país




No Brasil, monges de Mianmar pedem sanções contra a ditadura em seu país

Religiosos reclamam a liberação de 2.000 presos políticos.
E querem oposição brasileira à venda de armas aos birmaneses.

Na foto:
Os monges Ashin Nayaka, Ashin Agga Dhamma e Ashin Kawwida, em visita ao Brasil (Foto: Paula Adamo Idoeta/G1)

O monge budista Ashin Nayaka não vê seus familiares desde 1988, quando uma Junta Militar assumiu o comando do seu país, Mianmar (ex-Birmânia) e ele refugiou-se na Índia. Não pode encontrá-los nem telefonar diretamente para eles. Muito menos voltar para sua terra natal. Nayaka se dedica, desde então, a viajar o mundo e a levantar consciência sobre a situação dos birmaneses, que vivem sob uma das mais rígidas ditaduras do mundo.

Com outros dois monges budistas, Nayaka está no Brasil desde 17 de agosto, para pedir apoio do governo brasileiro no embargo à venda de armas a Mianmar e no pedido de libertação dos 2 mil prisioneiros políticos birmaneses – entre eles, a líder oposicionista Aung San Suu Kyi, Prêmio Nobel da Paz em 1991, cuja prisão domiciliar foi recentemente estendida por mais um ano.

Sem isso, dizem os monges, as próximas eleições legislativas do país, agendadas para 2010, não representarão a vontade popular. “A votação não será justa ou livre e só servirá para legitimar as atrocidades do governo”, disse Ashin Nayaka ao G1. “Queremos que o Brasil se oponha a isso e defenda o Tratado de Vendas de Armas, que proibirá a venda de armamento para o governo militar”. Atualmente, os maiores fornecedores de armas para Mianmar são Rússia, China e Índia.