terça-feira, 9 de setembro de 2008

Vimalakirti


“Na verdade quando quis ser monge queria escapar da vida turbulenta de atividades. Pedi ao meu professor de então, que me orientasse, e ele me disse que não via para que ser monge. Falou: - “Para quê? Eu sou monge e estou sempre construindo, viajando, procurando por recursos para fazer coisas. Você faz o mesmo, qual é a diferença? Senti como se as portas do futuro se fechassem, cinqüenta anos, sempre trabalhando e ganhando, mas a trilha à frente não parava de subir a montanha. Senti profunda tristeza, eu era um prisioneiro”.

“Mas não era a atividade que estava errada, era minha mente. Contou-me, o Sensei, a história de Vimalakirti, o famoso comerciante discípulo de Buda. Ninguém podia vencê-lo em debate. Os discípulos de Buda o encontraram, quando iam para o mosteiro, e perguntaram a ele, que vinha de visitar Buda: - Aonde vais, Vimalakirti? Vimalakirti respondeu: - Vou para o mosteiro. – Para o mosteiro? Mas a direção que você vai é a da cidade! E Vimalakirti calmamente: - Sim. Lá onde eu trabalho é que estão as pessoas que sofrem, precisam de empregos, de ajuda e ensinamentos, lá precisam de mim. Lá é meu mosteiro”.