quinta-feira, 14 de novembro de 2013

OS TRÊS VENENOS DA MENTE

                                             Prática zen budista em casa de retiros jesuítica

Os três venenos da mente são o apego, a aversão e a raiva. São eles que transformam todos os nossos bons sentimentos em prisões. O apego transforma o amor em ciúmes, por exemplo. O apego gera sofrimento quando o objeto de nosso apego é perdido. O apego transforma a própria vida em uma prisão quando nos agarramos à ela sem compreender que nascimento e morte fazem parte de um fluxo, um mero evento ao longo de nossa vida.

O outro grande veneno da mente é a aversão, e ele se manifesta em tudo que não gostamos ou detestamos. É tudo o que olhamos como reprovável nos outros e nos perturba com um sentimento de afastamento e separação. Vemos o outro claramente. A aversão é um sentimento oposto ao apego, enquanto o apego quer agarrar a aversão quer afastar. Ela se manifesta em todos nossos sentimentos de repulsa, desgosto ou através das nossas críticas.

O terceiro grande veneno é a raiva. Esse veneno surge quando nos deixamos tomar por um sentimento turbulento, agressivo e que se manifesta das mais diferentes formas. Como se fosse uma espécie de loucura que nos tira a sanidade. Essa é a mensagem de hoje para vocês, esse tema tão presente nos discursos de Buda. O apego é um grande problema e, para sermos verdadeiramente livres, não podemos ser apegados.

Podemos amar, mas não podemos nos apegar. Para sermos livres e nos sentirmos um com todos os seres, não podemos selecionar qualquer ser e dizer que temos aversão por ele. Se cultivarmos esse sentimento estamos cultivando o contrário do apego e esse sentimento também irá nos separar de tudo e nos tirar o equilíbrio. Não teremos equidade com todos os seres se cultivarmos a aversão. Quando esse sentimento surgir, temos que considerar as boas qualidades das pessoas, animais ou objetos que são alvos dele.

O sentimento de raiva deve ser evitado como se fosse fogo, pois ele é perturbador e devemos mudar nossa mente, nosso modo de falar e pensar a fim de evitá-lo. Essas são as palavras de Buda.