quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A iluminação existe?


Um aluno me perguntou se a iluminação existe, se não é mais uma ilusão da mente. Minha resposta foi de que a iluminação existe e as pessoas tem como perceber isso, pois têm experiências iluminadas em suas vidas, mesmo que muito breves.

O que acontece é que em um belo momento vemos o mundo como maravilhoso e sentimos uma grande e profunda felicidade onde parece que tudo está certo e é perfeito, mas ao primeiro pensamento e à primeira consideração, essa percepção se esvanece. O que seria, então, a iluminação? Não é um acontecimento extraordinário e especial, mas ao mesmo tempo é extraordinário e especial. Talvez algumas pessoas, tão envolvidas estão com problemas, preocupações, insegurança, raivas e sentimentos menores, jamais tenham uma experiência iluminada em sua vida. Essa turbulência sentimental os afasta da percepção pura mas, no entanto, esta percepção está a qualquer momento disponível, o que acontece é que as pessoas não chegam a percebê-la com facilidade e ela só surge em momentos de paz e quietude interna. 

Quando emerge um momento como este um sentimento de profunda felicidade pode nos invadir. Esse sentimento de felicidade invasiva é semelhante a quando uma pessoa se apaixona e sabe que é correspondida, no exato momento desta percepção, uma euforia invade a pessoa e ela sente-se profundamente feliz, até que surjam as primeiras perspectivas de problemas, medos ou inseguranças que irão destruir essa sensação.

A iluminação não é assim, ela tem esse aspecto de felicidade e plenitude, mas não há um objeto da qual seja dependente, trata-se de uma mudança interna. Como você mudou por dentro todo o mundo lhe parece diferente. O que sucede é o que chamamos de “Kenshô”, é vermos nossa verdadeira natureza por um breve momento e essa experiência é uma experiência iluminada. Às vezes as pessoas têm essa experiência não exatamente por estarem praticando meditação, mas em qualquer tipo de prática religiosa e a abertura de uma porta mística permite a pessoa sentir ou perceber como se tivesse levantado a ponta de um véu que lhe permitisse ver que do outro lado existe luminosidade.