quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Tudo é a primeira vez



Final da palestra de Saikawa Roshi (2005)

"Que maravilhoso é viver nesta unidade, sem mudanças, mas ao mesmo tempo ver que as coisas condicionadas mudam momento a momento. Quando chegamos em Porto Alegre, alguém me perguntou: “É sua primeira vez em Porto Alegre?”, respondi, “Sim”, mas eu estava rindo dentro de minha mente porque tudo é a primeira vez, sempre, tudo é a primeira vez. Isso significa que não se pode comparar nada. Nossa vida é uma flor de um caleidoscópio, e em um caleidoscópio muitas flores aparecem quando nós o rodamos, assim como eu gosto dessa flor antes de girar, isso é uma delusão de minha atividade mental, comparando o passado com a nova flor que aparece. É impossível pôr passado e futuro na mesma mesa, porque toda experiência surge pela primeira vez e não pode ser comparada com o passado, tudo é a primeira vez.

Nesta unidade além da delusão e da iluminação é que nossa vida existe.  A flor que se forma no caleidoscópio é pequena em um caleidoscópio tão grande, e a mesma flor surgindo de novo, não pode ser comparada à flor de ontem, não se pode dizer “ontem foi bom e hoje está triste”, essa comparação é uma delusão na sua mente. Cada momento é tão fresco, nunca voltará de novo na história de todo o universo, cada coisa, um momento. Nossa vida existe nessa vacuidade, nessa sacralidade. Assim, com essa verdade é que Shakyamuni disse: “quero salvar todos os seres mas não posso encontrá-los”, porque vocês são o mesmo que Shakyamuni Buda, parabéns. " Saikawa Roshi