quarta-feira, 1 de abril de 2015

O ZAZEN É O PURO CÉU AZUL

Em primeiro lugar, vamos dividir nosso trabalho em três etapas: a primeira etapa é Dhyana. Dhyana é a antiga palavra em sânscrito para concentração, meditação. Essa meditação normalmente é dividida em dois grandes grupos, dois grandes tipos – uma chama-se Shamatha e a outra chama-se Vipassana.

O que é Shamatha? Shamatha é a meditação para acalmar-se. É como se nós imaginássemos areia dentro de um copo que estamos constantemente mexendo com as agitações da nossa vida. Se nós conseguirmos colocar o copo parado em cima da mesa e não tocarmos nele, naturalmente a areia cai no fundo do copo, decanta, e a água fica límpida. Então, Shamatha é a prática de acalmar-se. E, nesse sentido, o Dhyana que nós estamos fazendo é predominantemente Shamatha.

Existe também Vipassana. Vipassana são as técnicas de observação e de enxergar a realidade. Nós podemos praticar Vipassana observando nosso corpo, contando respirações, ouvindo os batimentos do nosso coração. Nós podemos fazer isso. Mas nem Vipassana nem Shamatha são em si o Zazen.


Nós podemos dizer que a prática da meditação é como um pássaro com duas asas: uma asa é Shamatha; a outra asa é Vipassana. Uma é o exame, a outra o serenizar-se. Zazen é “o puro céu azul”. Isto é Zazen. Essa imagem é muito correta, é muito boa. Nós temos que tentar entender isso. As técnicas são Shamatha ou Vipassana, são as asas de um pássaro, mas Zazen é o puro céu azul.