sexta-feira, 17 de junho de 2016

Somos algo muito mais profundo

Eu me lembro de uma escola religiosa onde eu estive que tinha um hino que dizia assim: “eu quero ver mamãe, estar com ela no jardim e os dias idos lembrarei com amor, e então por longos dias, que grandes alegrias, mas quero ver primeiro o salvador”. É um hino para quê? Diz que eu quero recuperar tudo o que foi perdido, quero recuperar minha mãe morta, quero estar no jardim com ela, quero rememorar tudo e quero rever quem me permitiu isso, quem me salvou do fim do meu eu. O budismo vai numa corrente completamente contrária a isso. Em vez de prometer a permanência de um eu, ele diz: você construiu um eu ilusório, você sempre foi aquele mar, não surge e nem desaparece, não nasce e nem morre. Não tem surgimento, nem cessação e todos esses copos, todas as gotas, todas as fontes, são meras manifestações. (Você é um com as outras manifestações, nunca está separado delas) Acordem para o fato de que vocês são manifestações temporárias iludidas, pensando que isto é a essência e querem ser permanentemente a mesma coisa de agora. Há algo muito mais profundo, que nós realmente somos e que está além de nascimento e morte. (continua)