quarta-feira, 11 de abril de 2018

O Zen é Experiencial


O budista pode dizer “eu não acredito em nada” e não tem problema nenhum. Se algum aluno vem aqui e diz assim: “Eu não acredito em nada”, eu digo: “Isso não tem problema nenhum. Você acredita que vale a pena experimentar sentar em zazen?”. Se ele responde: “ah, eu posso tentar”, eu digo: “então confie em mim e sente-se”. Só isso, só é necessária essa confiança. Quando ele vai lá e se senta, se ele tiver uma experiência com a própria mente e disser: “ah! esse método funciona”, pronto, não precisamos mais de fé nenhuma, porque nós já estamos tratando do terreno da experiência. Então, o budismo se baseia na experiência. O zen, principalmente, é experiencial e não é baseado em uma fé. É isso que nós podemos ensinar para nossos alunos: “experimente, o resto a gente conversa depois”. Até porque, se você começa a conversar, normalmente as pessoas se sentem muito desacorçoadas, porque você retira tudo no qual elas sempre se apoiaram. “Ah, eu sempre acreditei em uma vida depois da morte”, “é, pois é, a vida depois da morte está difícil...” (risos). Ou pensar em uma alma, “me mostra a tua alma”, como disse Bodhidharma, ou espírito, ou numa divindade para quem você pede coisas.

[Trecho de Palestra proferida por Monge Genshô Sensei]